Ideologias, razão pública e o ideal de representação democrática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Graeff, Patricia
Orientador(a): MacDonald, Paulo Baptista Caruso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235199
Resumo: A presente tese examina as relações existentes entre ideologias políticas, razão pública e representação democrática. Argumenta que a elaboração conjunta de tais conceitos pode iluminar algumas das dificuldades impostas pela existência de desacordos razoáveis e pervasivos em contextos de sociedades pluralistas, colaborando para a descoberta de novas formas de pensar a legitimidade democrática e a representação política. Nesse sentido, a partir da concepção de ideologias de Michael Freeden, defende que sua abordagem morfológica tem potencial analítico para mostrar a insustentabilidade de algumas críticas ao projeto de liberalismo político de John Rawls, especialmente aquelas que recaem sobre a sua concepção de razão pública. Para tanto, argumenta que a razão pública não elimina o espaço para a divergência política, restando terreno para o embate ideológico, de modo que tal noção mostra-se compatível com a deliberação democrática. Desta união entre ideologias e razão pública, defende, é possível extrair uma ideia de legitimidade mais factível em uma democracia representativa, que, não obstante tenha um caráter normativo, busca se aproximar das instituições políticas reais. Argumenta, ademais, que, sem uma ideia de razão pública, não é possível falar em deliberação democrática, e que a estrutura institucional é essencial para regular o conflito entre ideologias distintas, porquanto serve de critério de objetividade, distinguindo ideologias razoáveis das não-razoáveis e das meras narrativas. Por fim, a partir da obra de Nadia Urbinati, reflete a respeito do papel deliberativo das ideologias nas democracias representativas contemporâneas.