Episódios de injustiça epistêmica na vivência e prática acadêmica das pesquisadoras negras da Ciência da Informação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Leticia Pereira de
Orientador(a): Sousa, Rodrigo Silva Caxias de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/285220
Resumo: O presente estudo investigou as percepções das pesquisadoras negras da Ciência da Informação acerca das implicações da injustiça epistêmica nos espaços acadêmicos. A discussão teórica aborda os conceitos de epistemicídio, colonialidade, decolonialidade, movimentos epistemológicos da Ciência da Informação, injustiça epistêmica, pacto da branquitude e privilégio epistêmico. Esta pesquisa caracterizase como qualitativa e exploratória, buscando responder empiricamente ao problema de pesquisa por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas com sete pesquisadoras negras da Ciência da Informação. Os relatos das pesquisadoras foram apresentados sob pseudônimos escolhidos por elas: Beatriz Nascimento, Beyoncé, Débora, Maya Angelou, Expedita, Maria Antonieta e Aqualtune. O método utilizado para análise das entrevistas foi a análise episódica de Grada Kilomba, de forma que cada uma das perguntas gerou sete episódios de injustiça epistêmica no meio acadêmico. As análises dos episódios se dividiram em: Materialização da injustiça epistêmica na vivência e nas práticas acadêmicas das pesquisadoras; A discriminação durante a jornada acadêmica; O não-pertencimento em situações de tomada de decisões; Políticas institucionais e a perpetuação da injustiça epistêmica na academia e Estratégias de enfrentamento. Como conclusão, constatamos que as injustiças epistêmicas se sustentam pela deslegitimação e descredibilização do conhecimento proveniente de grupos sociais considerados subalternos, como as mulheres negras. Nesse ambiente, elas enfrentam diversas situações de não reconhecimento de suas contribuições epistêmicas. Ademais, as ações institucionais perpetuam tais injustiças por meio do silenciamento, da falta de conscientização e da ausência de punição diante das violências, além da deslegitimação de suas vozes e denúncias. No entanto, as pesquisadoras continuam resistindo ao ambiente hostil que as cerca, buscando apoio entre seus pares acadêmicos que compartilham de suas dores e realidades semelhantes.