A genealogia da injustiça epistêmica estrutural: um problema de injustiça hermenêutica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima Junior, Manoel Pereira lattes
Orientador(a): Silva Filho, Waldomiro Jose lattes
Banca de defesa: Silva Filho, Waldomiro Jose lattes, Ketzer, Patricia lattes, Santos, Breno Ricardo Guimarães lattes, Assis, Kleyson Rosário lattes, Itaparica, André Luís Mota lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41223
Resumo: Esta tese, tem como objeto de estudo o problema da injustiça epistêmica estrutural. Este é um problema de epistemologia social, abordado a partir da ótica do conceito de injustiça hermenêutica desenvolvido por Miranda Fricker. Além disso, tomo a pesquisa genealógica como método de investigação do problema, aqui, investigado. Uma genealogia pode ter características fictícias, factuais, ou ambas coisas. No meu trabalho, adotei a última opção mencionada. Em função dessa escolha metodológica, recorri a pensadores como Nietzsche, Craig, Williams, Fricker e Mills como referências filosóficas importantes no campo da pesquisa genealógica em filosofia. Como esse método pretendo traçar o percurso filosófico que levou ao desaparecimento do sujeito da “injustiça epistêmica”, conduzindo-nos ao que se convencionou chamar de “injustiça estrutural”. Como a “injustiça estrutural” seria uma injustiça sem sujeito, tento identificar quem é o “sujeito” de tal injustiça. Para alcançar a origem de tal sujeito, recorro ao conceito de injustiça hermenêutica, pois, a noção de “injustiça estrutural”, para mim, é uma noção hermeneuticamente vazia, gerando um problema hermenêutico que precisa ser sanado, ou dissolvendo a noção como conceito vazio, ou preenchendo a lacuna conceitual com um termo (sujeito) adequado, de modo que não haveria uma injustiça sem sujeito, sendo, então, possível a responsabilização para o praticamente de “injustiça estrutural”. Por último, mas não menos importante, consegui estabelecer uma relação de proximidade entre o método genealógico e a filosofia analítica, mostrando uma origem do método genealógico anterior a Nietzsche no texto de David Hume do Tratado acerca da natureza humana, onde Hume faz uma genealogia sobre o conceito de “justiça como virtude artificial”. Esse movimento investigativo levou-me também a formular uma crítica à tradição da filosofia contratualista, pois, ao que tudo indica, foi a partir dela que se deu o desaparecimento do sujeito da injustiça epistêmica na Modernidade.