Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Daniel Teixeira dos |
Orientador(a): |
Schuh, Artur Francisco Schumacher |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/255962
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Resumo: |
Base teórica: o parkinsonismo representa um grupo de doenças neurológicas caracterizadas pela associação em graus variáveis de sintomas de bradicinesia, rigidez muscular, tremor, e instabilidade de marcha, sendo a doença de Parkinson (DP) o seu representante mais prevalente. Diversos estudos evidenciaram que oferecer telemedicina para pacientes com parkinsonismo é viável, e custo-efetivo. No entanto, como esses estudos forem realizados majoritariamente em países desenvolvidos ou sob estritos protocolos de pesquisa, a real viabilidade dessa modalidade de atendimento para essa subpopulação não é conhecida no cenário da vida real de países em desenvolvimento como o Brasil. Objetivo: avaliar a viabilidade da telemedicina para pacientes com parkinsonismo em um país em desenvolvimento. Métodos: trata-se de estudo transversal com pacientes com parkinsonismo atendidos ambulatorialmente em um centro terciário da rede pública de saúde brasileira. Foram incluídos 130 pacientes, que foram contatados por telefone, sendo os principais desfechos informações sobre a possibilidade ou consentimento com a telemedicina e a viabilidade da realização de uma videochamada para esses pacientes. Para pacientes cujo contato telefônico foi possível ou consentido, foi aplicado um questionário estruturado de coleta de dados com informações demográficas, clínicas e acerca da opinião sobre telemedicina. Ultimamente, realizou-se regressão logística com o objetivo de predizer quais informações demográficas e clínicas predizia viabilidade de evolução para uma videochamada. Foi realizo modelo univariado de regressão com consequente modelo multivariado para variáveis com tendência à significância estastística ( p < 0,2) pela metodologia backwise selection, com modelo final apenas com variáveis estatisticamente significativas. Resultados: do total de 130 pacientes, a participação em telemedicina foi possível ou consentida por 69 (53,08%) com relação a teleconsultas, e por 50 (38,5%) com relação a videoconsultas. Dentre os 86 pacientes que foram localizados por telefone, as teleconsultas e videoconsultas eram viáveis, respectivamente, para 69 (80,2%) e 50 (58,1%). O principal motivo para a não realização da teleconsulta foi o desinteresse do paciente em participar (11,6%) e, para a não realização da videochamada, a dificuldade do paciente ter um telefone, tablet ou computador com acesso à internet (14,5%). Na análise multivariada, uma maior renda familiar foi positivamente correlacionada com a viabilidade de uma videoconsulta (OR [odds ratio] 2,78, IC 95% [intervalo de confiança de 95%] 1,16 - 6,67, p = 0,02) enquanto uma associação negativa foi observada tanto com relação a ser casado ou estar em união estável (OR 0,19, IC 95% 0,05 - 0,76, p = 0,02) como para ter baixo grau de escolaridade (OR 0,22, IC 95% 0,06 - 0,83, p = 0,02). Conclusões: uma proporção significativa de pacientes com parkinsonismo em um país em desenvolvimento é inacessível, não quer, ou não pode participar da telemedicina. Quando se leva em consideração somente o grupo de pacientes localizáliveis por ligação telefônica, a viabilidade para a telemedicina é maior, embora ainda menor do que a relatada em estudos em países desenvolvidos. Renda familiar, escolaridade e estado civil foram associados à viabilidade das videoconsultas. A telemedicina é uma modalidade de cuidado comprovadamente custo-efetiva e satisfatória para pacientes com parkinsonismo cuja implementação necessita superar muitas limitações administrativas, culturais, tecnológicas e sociodemográficas em países como o Brasil. |