Desvio de obstáculo e dupla tarefa motora durante a simulação de travessia de rua de indivíduos com Doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Carolina Favarin [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154042
Resumo: Introdução: O Brasil foi classificado como o quinto país com maior taxa de mortalidade decorrente de atropelamentos, na qual 52 % da população com mais de 60 anos de idade é acometida. A população afetada pela Doença de Parkinson (DP) possui déficits atencionais e na realização da dupla tarefa motora que aumentam o risco de atropelamentos, uma vez que além dos déficits motores, a capacidade de tomada de decisão e a resposta aos estímulos externos estão prejudicados. Objetivo: Analisar as características cinemáticas da marcha durante o desvio de obstáculo e realização de dupla tarefa motora de indivíduos com e sem a DP durante a simulação de travessia de rua. Métodos: Participaram do estudo 18 indivíduos sem alteração neurológica (grupo controle) e 18 indivíduos com DP idiopática que realizavam marcha independente. Os participantes atravessaram a passarela por cinco vezes em seis condições de marcha distintas que foram randomizadas por um dos avaliadores. As condições consistiam em marcha sem realizar tarefa concomitante (MN), marcha com desvio de obstáculo (MO), marcha com travessia de rua sem realizar tarefa concomitante (MNT), marcha com travessia carregando sacolas (MTS), marcha com travessia de rua desviando de obstáculo (MTO) e marcha com travessia de rua desviando de obstáculo e carregando sacolas (MTSO). A travessia de rua foi simulada por meio de um farol e um projetor e a coleta dos dados cinemáticos da marcha foi realizada pelo sistema de câmeras VICON® que coletou com frequência de amostragem de 100 Hz. Para análise estatística foi aplicado o teste de ANOVA para medidas repetidas com Post Hoc de Bonferroni adotando nível de significância de p < 0,05. Resultados: O grupo com DP apresentou comportamento da marcha mais prejudicado do que o grupo controle na variável duração de passo (s) (F= 2,572, p= 0,029). Já as comparações intragrupos tiveram diferença significativa entre as diferentes condições de marcha nas variáveis comprimento de passo (cm) (F=13,245, P<0,001), largura do passo (cm) (F=4,361, p=0,001), duração do passo (s) (F=2,879, p=0,016), velocidade do passo (cm/s) (F=3,995,p=0,002) e porcentagem de duplo suporte (%) (F=22,053, p=0,000) mostrando parâmetros cinemáticos da marcha com desvio de obstáculo pior do que marcha sem o desvio. Discussão: Indivíduos com DP apresentam dificuldade em se adaptar em condições que exigem maior foco atencional, como o desvio de obstáculo, isso ocorre por sua função executiva estar mais prejudicada do que no grupo controle. Além disso, a marcha carregando sacolas pode ter atuado de forma a melhorar a propriocepção do indivíduo durante a travessia. Conclusão: Indivíduos com DP apresentam valores de parâmetros cinemáticos da marcha menores do que o grupo controle e a marcha com desvio de obstáculo pode promover maiores déficits de parâmetros cinemáticos da marcha predispondo a um maior risco de atropelamentos.