Investigação de biomarcadores em modelos de camundongos com Mucopolissacaridose I e II

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Isabelly Maria Barros de
Orientador(a): Baldo, Guilherme
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250248
Resumo: As mucopolissacaridoses (MPS) são doenças herdáveis causadas pela ausência ou deficiência das enzimas lisossômicas responsáveis pelo catabolismo de glicosaminoglicanos (GAGs). A MPS I, ou síndrome de Hurler/Scheie, é caracterizada pela deficiência da enzima α-L-iduronidase (IDUA), já MPS II, ou síndrome de Hunter, pela deficiência da enzima iduronato-2-sulfatase (IDS). Ambas acumulam os GAGs Dermatan Sulfato (DS) e Heparan Sulfato (HS), e ambas são de herança recessiva, sendo a MPS II ligada ao X. O diagnóstico bioquímico dessas doenças pode ser realizado através de ensaios de atividade enzimática, sequenciamento de DNA ou por quantificação de GAGs. A quantificação de GAGs, por sua vez, pode ser feita através de várias técnicas, dentre elas, a mais recente e que foi utilizada nesse trabalho é a cromatografia líquida acoplada a espectrômetro de massas em tandem (LC/MS/MS). Embora diversas amostras possam ser utilizadas para essa quantificação, aqui foram utilizadas amostras de sangue impregnado em papel filtro para quantificação de GAG e atividade enzimática em MPS I. Já em MPS II foram usadas amostras de soro, urina, órgãos e saliva para quantificação de GAGs. Os camundongos com MPS I, cujas amostras foram coletadas em torno de 2 meses, apresentaram níveis elevados de GAGs no sangue, ao serem comparados com controles não afetados. Além disso, camundongos com MPS I tiveram a já esperada baixa atividade enzimática de IDUA, mas também apresentaram uma atividade elevada da enzima lisossômica αgalactosidase A (GLA), possivelmente causada pela ativação do Fator de Transcrição EB (TFEB) após armazenamento lisossomal de moléculas não degradadas. Esse foi o primeiro relato de atividade enzimática de GLA aumentada em MPS I. Para MPS II, aos 6 meses foi observado que não havia diferença significativa entre os níveis de GAG do soro entre os grupos, já para a urina na mesma idade se observou níveis elevados de DS e HS em camundongos com MPS II. Foram constatados níveis elevados de GAGs em todos os órgãos dos animais com MPS II aos 6 meses, se comparados aos controles não afetados. Especificamente para as partes do cérebro, não se observou diferenças significativas no nível de GAG no cerebelo. Já no córtex frontal e total, observou-se níveis elevados de HS nos camundongos com MPS II, ajudando a confirmar a proposição de que as células do sistema nervoso central têm acúmulo unicamente desse GAG. Finalmente, observou-se diferenças significativas aos 6 meses, com os valores de GAG elevados nos camundongos com MPS II. Esse foi o primeiro relato de níveis de GAG na saliva como possível ferramenta auxiliar para o diagnóstico de MPS II. Esses achados podem ajudar a estabelecer biomarcadores em diferentes tecidos ou fluidos fisiológicos, ajudando a melhor caracterizar e monitorar essas doenças.