Mortalidade e arritmia ventricular em pacientes com repolarização ventricular precoce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Baldisserotto, Hugo Leonardi
Orientador(a): Leiria, Tiago Luiz Luz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268229
Resumo: Introdução: Por muitos anos, a repolarização precoce (RP) foi considerado um achado benigno no ECG. No entanto, estudos recentes sugerem que esse padrão em derivações diferentes que V1-V3 (especialmente em derivações inferiores e laterais) está associado a maior incidência e recorrência de fibrilação ventricular (FV). Há carência de dados da população brasileira sobre este tema. Por conta disso, esse estudo objetivou estimar o efeito da Repolarização Ventricular Precoce na sobrevida e na ocorrência de arritmia ventricular em uma amostra de pacientes ambulatoriais e hospitalares do HCPA com diferentes tipos de repolarização precoce durante o período de 10 anos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo. Incluídos pacientes com diagnóstico eletrocardiográfico de repolarização precoce, por análise do banco de dados do HCPA. Os desfechos estudados foram as arritmias ventriculares e o óbito por todas as causas. Inicialmente, realizou-se análise descritiva das variáveis e dos perfis dos óbitos e dos pacientes com arritmia ventricular. Em seguida, foram conduzidas análises das curvas de sobrevida utilizando o método do Kaplan-Meier e as diferenças entre as curvas dos diferentes tipos de repolarização precoce foram testadas através do teste de log-rank. Para isso, considerou-se significativo p-valor ≤ 0.05. Por último, foram realizados modelos bivariados e multivariados através do método de Regressão de cox nos quais foram obtidas as razões de risco (hazard ratio- HR) brutas e ajustadas para potencial variáveis de confusão e seus intervalos de confiança de 95% (IC95). Essas medidas foram usadas para avaliar os riscos de morte e de ocorrência de arritmia ventricular entre pacientes com os diferentes tipos de repolarização precoce. As análises de dados foram realizadas no software R versão 4.3.0. Resultados: A população do estudo foi composta preponderantemente por homens, com média de idade de 45.6 anos. 13 pessoas (2.7%) sofreram arritmia ventricular (5 do grupo RP lateral, 4 do grupo RP inferior e 4 do grupo RP ínfero-lateral), sendo que a idade (p = 0.0519), o sexo (p = 0.0255) e a ICFer (p = 0.0221) demonstraram diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Quanto a mortalidade, 11 pessoas (2.3%) foram a óbito por todas as causas (5 do grupo RP lateral, 1 do grupo RP inferior e 5 do grupo RP ínfero-lateral), e somente a idade (p = 0.0012) demonstrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos. O óbito e a arritmia ventricular não demonstraram diferenças estatisticamente significativas (p = 0.7 e p = 0.5, respectivamente) entre os grupos. Conclusão: A repolarização ventricular precoce, principalmente nas derivações inferiores e laterais, neste estudo, não resultou maior incidência de arritmias ventriculares e morte por todas as causas. Mais estudos prospectivos são necessários para avaliação desta população.