Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Cardinal, Thiane Ristow |
Orientador(a): |
Schmidt, Maria Inês |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/132137
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Resumo: |
A síndrome metabólica (SM) é um conjunto inter-relacionado de fatores de risco de origem metabólica e vascular que podem levar ao desenvolvimento de doença cardiovascular e diabetes. Esses fatores de risco incluem obesidade abdominal, disglicemia, dislipidemia e hipertensão. No entanto, persistem inconsistências quanto a sua definição, especialmente, quanto aos pontos de corte para obesidade abdominal a serem utilizados em distintas populações. Na prática clínica e em estudos epidemiológicos as medidas da circunferência da cintura (CC) e a relação cinturaquadril (RCQ) são utilizadas para definir gordura abdominal. O objetivo desta tese foi identificar os pontos de corte da CC e da RCQ com melhores propriedades diagnósticas para classificação da SM. Além disso, procurou-se verificar a adequação desses pontos de corte para diferentes grupos etários e de cor da pele/raça presentes na amostra. Foram utilizados os dados basais dos 15.105 participantes do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte multicêntrica de funcionários públicos (35 a 74 anos de idade) em seis instituições de ensino e pesquisa brasileiras. A SM foi definida pelo critério do Joint Interim Statement (JIS). A relação entre CC e SM foi avaliada graficamente utilizando-se regressão spline cúbica restrita. Curvas ROC (Receiver Operator Characteristic Curve) foram usadas para estimar área sob a curva, sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos. Pontos de corte ótimos para a CC e da RCQ que maximizam ambas, sensibilidade e especificidade, foram identificados nas curvas ROC. Os pontos de corte diferiram entre homens e mulheres, mas foram semelhantes entre grupos de idade e cor da pele/raça. Duas exceções foram observadas para a RCQ em homens: aqueles com mais de 60 anos e os de cor branca apresentaram pontos de corte superiores que os demais de referência. Os pontos de corte da CC que apresentaram melhores propriedades diagnósticas para a classificação da SM situaram-se entre 92 a 94 cm para homens, permitindo identificar indivíduos com probabilidades de apresentar a SM 50 a 78% maiores que os situados abaixo desses limiares. Para mulheres, os pontos de corte com melhores propriedades situaram-se entre 85 e 89 cm, permitindo identificar aquelas com probabilidades de apresentar SM de 77 a 147% maiores que as abaixo desses limiares. Se pontos de corte para a CC nessa faixa fossem empregados na definição da SM, a prevalência da SM ficaria entre 51,5 a 48,6% para homens e entre 36,6 a 32,6% para as mulheres, respectivamente. CCs de 92 cm para homens e de 86 cm para mulheres mostraram sensibilidades de 71,2 e 70,8 e de especificidade 61,2 e 65,1, respectivamente, representando um limiar que maximiza as duas propriedades diagnósticas, simultaneamente. Para a RCQ os pontos de corte com melhores propriedades situaramse entre 0,92 a 0,95 para homens e entre 0,84 a 0,86 para mulheres. Se pontos de corte para a RCQ nessa faixa fossem empregados na definição da SM, a prevalência da SM ficaria entre 54,6 a 47,7% para homens e entre 36,1 a 33,1% para as mulheres, respectivamente. Para homens e mulheres, uma RCQ de 0,93 e 0,85 mostrou sensibilidade de 73,7 e 69,7 e especificidade de 60,4 e 68,5, respectivamente, representando um limiar que maximiza esses dois parâmetros simultaneamente. Concluindo, pontos de corte da CC para a população brasileira poderiam ser de 92 cm para homens e de 86 cm para mulheres; da RCQ, de 0,93 para homens e de 0,85 para mulheres. Esses pontos de corte diferem dos atualmente recomendados para a população brasileira. |