Educação para segurança do paciente pediátrico no preparo de medicações por técnicos de enfermagem: um estudo observacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Flores, Giovana Ely
Orientador(a): Cogo, Ana Luisa Petersen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279349
Resumo: Introdução: A segurança do paciente tem sido amplamente discutida no âmbito do cuidado em saúde. Erros no preparo de medicamentos ocorrem com frequência no ambiente de cuidado. A população pediátrica é mais suscetível a danos gerados pelos erros de medicação por apresentarem peculiaridades relacionadas às fases de desenvolvimento, faixas etárias e sistemas de medicamentos. Destaca-se que a implantação de padrões de qualidade nos processos de enfermagem pode favorecer a diminuição de ocorrências. A formação permanente da equipe de enfermagem se confirma como uma ferramenta indispensável para induzir mudanças e criar uma cultura de segurança em todos os envolvidos no cuidado em pediatria. Objetivos: Avaliar a conformidade do padrão de preparo de medicamentos por técnicos de Enfermagem de unidades de internação pediátricas, após a participação em estratégia educativa multimodal. Método: Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, com etapa retrospectiva e prospectiva, que foi desenvolvido em três unidades pediátricas abertas, em um hospital geral, público e universitário do Sul do Brasil. Para este estudo, foram elegíveis na primeira etapa, 146 checklists de técnicos de enfermagem (TE) que participaram da ação educativa de melhoria multimodal, para implementação do padrão, desenvolvida em estação clínica do Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE). Posteriormente houve a observação de 51 TE das respectivas unidades, no preparo de medicamentos utilizando-se o mesmo cheklist estruturado. Os dados foram analisados por meio de análise descritiva. O estudo foi submetido à Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição. Resultados: Os dados com menor percentual de conformidade com o padrão esperado foram: a higienização de mãos conforme os 7 passos preconizados pela OMS (40,4%); a conferência do medicamento com a prescrição médica (52,10%); a colocação da etiqueta de identificação do medicamento (61,60%); o uso de luvas para manuseio do desinfetante de superfícies (63%); a higienização de mãos (73,3%); a identificação do paciente corretamente (76,00%); o preenchimento da etiqueta de medicamentos (78,10%); a desinfecção da bancada (78,8%); e a desinfecção da bandeja (84,9%). Na segunda etapa, foram realizadas 102 observações. Na análise dos checklist aplicados quanto ao padrão in situ demonstra que em todas as observações houve ao menos uma barreira de segurança violada no preparo de medicamentos. Destaca-se a baixa adesão ao uso de luvas de procedimento, para prevenir a exposição dos profissionais ao desinfetante padronizado; somente 23,5% dos TE utilizou o EPI para a atividade. A adesão ao EPI foi similar tanto na observação A quanto na B, demonstrando que há oportunidades de melhoria quanto a esta recomendação. Quanto à caracterização da amostra a maioria dos TE eram do turno da manhã (29,4%), possuíam experiência profissional na área da enfermagem superior a 16 anos (64,7%) e atuavam há menos de 5 anos nas unidades pediátricas da instituição (43%). A escala de trabalho é variável quanto ao número de pacientes atendidos, entre 1 a 6, e também ao quantitativo de medicamentos prescritos no seu turno de trabalho, de 1 a 10. Conclusão: A participação dos TE na atividade educativa prévia não demonstrou ter relação com a adoção ao padrão institucional no preparo dos medicamentos. Nesta lógica a incorporação dos preceitos que embasam a qualidade e a segurança ainda demandam mais investimentos com a equipe, seja de cunho educativo ou por meio de suas lideranças. Considerando o contexto estudado e suas interfaces, pode-se inferir que a educação permanente é de suma importância para a construção da cultura organizacional, porém é coadjuvante à gestão em saúde, que, em última análise, deve ser fortalecida para segurança e qualidade assistencial.