Dividir silêncios e multiplicar lembranças : estudo sobre as relações entre memória institucional e identidades em uma unidade universitária na área de ciências exatas de uma universidade pública sul-rio-grandense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gutierrez, Ana Lérida Pacheco
Orientador(a): Borges, Maria de Lourdes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/246156
Resumo: Este estudo tem por objetivo analisar como se configuraram as relações entre memórias e identidades ao longo do tempo e se insere em uma perspectiva de estudos de memória de organizações universitárias. Aborda uma unidade universitária da área de ciências exatas em uma instituição pública de ensino superior sul-rio-grandense e a transmissão da memória ao longo de 62 anos de existência. Buscou o suporte teórico em estudos de memória social, identidades coletivas e teoria institucional para revisitar o conceito de memória institucional. Procurou aprofundar questões epistemológicas que fundamentam estudos qualitativos e as tradições teóricas que se entrecruzam nas escolhas metodológicas e no exame da memória como objeto transdisciplinar. Elegeu-se um estudo de caso qualitativo de inspiração longitudinal, conduzido no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com dados reunidos por meio de entrevistas, documentos e vídeos. A interpretação apoiou-se no instrumental teórico da análise do discurso, evidenciando metáforas e comparações como transmissores simbólicos de identidades e visões da organização. Os discursos permitiram formar redes de sentido que evidenciaram a memória institucional e as identidades de seus agentes. Os resultados das análises indicaram que a memória possui dimensões esquecidas e silenciadas, pois as interações encontram-se enfraquecidas e as identidades difusas. As mudanças institucionais podem ser percebidas entremeadas em longos ciclos geracionais, por isso não existe um planejamento para a transmissão de legados, embora tenha se observado que a longa permanência constrói identidades institucionalizadas. Conclui-se que as relações entre a memória institucional e as identidades em uma unidade universitária da área de ciências exatas em uma universidade federal de ensino superior são construídas e articuladas envolvendo um alto grau de complexidade, o que implica em dividir silêncios e multiplicar lembranças em um constante movimento entre o lembrar e o esquecer, entre o instituído e o instituinte.