Misoginia online : manosfera e a red pill no ambiente virtual brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Weselovski, Ana Carolina
Orientador(a): Hennigen, Ines
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276712
Resumo: O presente trabalho apresenta uma cartografia sobre grupos de homens que pregam que a sociedade é ginocêntrica, sendo as mulheres o sexo privilegiado. Esses grupos atuam principalmente no ambiente virtual, compondo o que vem sendo chamado de manosfera. Os principais grupos dentro da manosfera que foram abordados nesta pesquisa são: ativistas pelos direitos dos homens (MRA), artistas da sedução (PUA), homens seguindo seu próprio caminho (MGTOW) e celibatários involuntários (Incel). Este estudo partiu de uma cartografia em que se percorreu por páginas brasileiras, pertencentes a manosfera, no ambiente virtual. Foi utilizado o conceito de política ontológica da autora Annemarie Mol como ferramenta teórico-analítica, como também as noções de discurso e relações de poder/saber do filósofo Michel Foucault permeiam este trabalho. Com isto buscou-se compreender qual a ontologia produzida por esses grupos, tendo em vista a forma como o político está implicado no real. Problematizou-se questões relacionadas às mídias e produção de uma realidade ginocêntrica, a violência de gênero, a masculinidade, a forma como as mulheres costumam ser retratadas neste meio e noções referentes à propriedade e liberdade. Nota-se que para sustentar a ideia de uma realidade ginocêntrica toda a opressão e violência contra as mulheres é eclipsada, onde há maior propensão a endossar certos aspectos sociais que sustentam uma hierarquia social do que a questioná-los. Por conta disto, quando algumas questões que afligem homens na contemporaneidade são levantadas dentro deste meio, o fazem no intuito de corroborar com a política ontológica com a qual estão comprometidos e, não, necessariamente, em busca de soluções. Ideias de supremacia masculina permeiam suas produções, nas quais o ódio às mulheres costuma se fazer muito presente.