Efeitos da sucessão florestal em plantações de pínus sobre a diversidade de borboletas frugívoras no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Casas Pinilla, Lady Carolina
Orientador(a): Kaminski, Lucas Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212843
Resumo: A silvicultura com espécies exóticas altera radicalmente a paisagem e a dinâmica de sucessão ecológica, constituindo novos ecossistemas. Nas áreas altas do sul do Brasil, a vegetação natural consiste em um mosaico de Floresta Atlântica com Araucária e campos de altitude. Nas últimas décadas estas áreas têm sofrido fortes impactos com a silvicultura, principalmente com Pinus elliottii. Estas plantações ocorrem geralmente em áreas de campos naturais, transformando os ambientes campestres em monoculturas e eventualmente em florestas secundárias. Apesar de várias espécies da fauna poderem utilizar estas áreas para alimentação e refúgio, não sabemos as consequências a longo prazo desta sucessão para espécies florestais. Assim, o objetivo do nosso trabalho foi analisar as assembleias de borboletas frugívoras em plantações de P. elliottii de diferentes idades (Pinus novo 20 anos e Pinus velho 70 anos) em contraste com áreas de Floresta Atlântica com Araucária. O estudo foi realizado na Floresta Nacional de São Francisco de Paula (FLONA-SFP), Rio Grande do Sul, Brasil. As amostragens ocorreram mensalmente, de novembro de 2016 a março de 2017, e de outubro de 2017 a março de 2018. Quatro réplicas foram estabelecidas em cada tratamento e cada réplica com cinco armadilhas Van Someren-Rydon com isca atrativa, como unidades amostrais. Registramos 3622 indivíduos de 40 espécies de borboletas. A maior riqueza foi obtida em áreas de Pínus velho (33 spp.) e Pinus novo (30 spp.) quando comparada com a floresta nativa (20 spp.). Duas espécies de Satyrini (Carminda paeon e Moneuptychia castrensis) foram muito abundantes nas áreas de pínus. Tais, espécies comedoras de gramíneas foram dominantes nas áreas de pínus, enquanto Satyrini, comedoras de bambu, foram dominantes na floresta nativa. Análises de composição entre as áreas indicam que as assembleias de borboletas das plantações de P. elliottii com diferentes idades são mais parecidas entre si do que com a assembleia da floresta nativa, indicando que a idade, por si só, não é suficiente para estruturar uma comunidade típica de borboletas frugívoras de florestas nas plantações de pínus. Os perfis de diversidade  e  mostram que o pínus contêm assembleias simplificadas com alta dominância e acentuada substituição de espécies generalistas que podem estar utilizando estas paisagens como corredores biológicos. As plantações de pínus geram um novo habitat para uma nova comunidade típica de pínus, que pode contribuir com a conservação de algumas espécies, mas é restritiva para muitas espécies de florestas. Assim, as plantações de pínus devem ser planejadas de maneira que consiga preservar a dinâmica natural da floresta-campo e suas comunidades de borboletas.