Filogeografia de Puma concolor (CARNIVORA, FELIDAE) na América do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Matte, Eunice Moara
Orientador(a): Eizirik, Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/84935
Resumo: O felino Puma concolor, também conhecido por puma entre tantos outros nomes, é uma espécie de ampla distribuição no continente americano e está entre as 10 espécies de felídeos existentes na região Neotropical. Sua ampla distribuição e a história geológica das diferentes regiões ocupadas pela espécie ao longo de sua evolução agem diretamente na sua história evolutiva e demográfica. E muito do que aconteceu com a espécie, como expansões ou drásticas reduções demográficas, isolamento geográfico, intensidade de fluxo entre populações e outras informações como índices de variabilidade genética podem ser identificados pelo uso dos diferentes recursos disponibilizados pela genética molecular. A América do Sul possui uma grande diversidade de espécies e uma alta variabilidade genética intraespecífica para diversas espécies quando comparadas a populações das mesmas nas Américas do Norte e Central, como já identificado para a espécie em questão. Para conhecer um pouco mais sobre o puma, sua história evolutiva e sua dinâmica populacional no subcontinente sul-americano e identificar possíveis barreiras geográficas para a movimentação da espécie realizamos as análises em três fragmentos de DNA mitocondrial (ND5, ATP8 e Região Controladora) em 156 amostras de indivíduos distribuídos pela América do Sul adicionados de 30 amostras provenientes de indivíduos das Américas do Norte e Central. Constatamos que os pumas sul-americanos possuem uma grande variabilidade genética e uma complexa, mas recente história evolutiva. Os melhores resultados para análises de fluxo gênico foram encontrados quando amostras foram divididas em 7 grupos dentro de 3 grupos maiores, sendo 5 grupos num grupo maior sul-americano, um centro-americano sul e um centro norte e norte-americano, chegando a valores de st de 0,6729 (p= 0,000 + 0,000) para a amostragem total e de 0,3599 (p= 0,000 + 0,000) para os pumas sul-americanos. Entre os rios testados como barreiras, o rio Amazonas foi indicado como um importante limite para o fluxo gênico entre populações, já o rio Paraná não se mostrou uma barreira de alto impacto para os pumas. A variabilidade genética encontrada nos pumas da América do Sul nos indica um ancestral comum mais recente (MRCA) tendo existido entre 90 mil e 350 mil anos atrás. Já as análises demográficas nos mostram que houve uma expansão bastante recente, há aproximadamente 8.000 anos, após o término do último período glacial (110.000 – 10.000 anos atrás), que coincidiu também com o período posterior à extinção de diversos grupos de mamíferos (~12.000 anos atrás), entre eles alguns felídeos que habitavam as Américas, incluindo possivelmente os pumas que habitavam a América do Norte.