Derivados de floroglucinol de espécies de Hypericul L. sul brasileiras e determinação de suas atividades biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bridi, Henrique
Orientador(a): Von Poser, Gilsane Lino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196339
Resumo: O gênero Hypericum (Hypericaceae) se distribui em todo o mundo e seus representantes estão subdivididos em 36 seções taxonômicas. Ao longo das últimas décadas essas plantas passaram a receber maior atenção, principalmente após a indicação de uso de H. perforatum para o tratamento de casos de depressão leve a moderada. Esses vegetais se caracterizam pelo acúmulo de compostos fenólicos, principalmente de derivados de floroglucinol, tendo sido relatados mais de 400 diferentes compostos em cerca de 60 espécies. Os compostos de maior ocorrência são os floroglucinóis prenilados e os acilfloroglucinóis policíclicos poliprenilados. No sul do Brasil há relatos da ocorrência de 21 espécies nativas, distribuídas nas seções Brathys e Trigynobrathys. Quimicamente estas espécies apresentam tendência em acumular floroglucinóis diméricos e, menos frequentemente, benzopiranos e benzofenonas. Estes compostos exibem uma variedade de atividades biológicas e farmacológicas, destacando-se atividades do tipo antidepressiva e antinociceptiva. Dessa forma, estudos conduzidos com o extrato n-hexano de H. caprifoliatum, H. carinatum, H. denudatum, H. myrianthum e H. polyanthemum levaram ao isolamento de 13 derivados de floroglucinol conhecidos (uliginosina A, uliginosina B, isouliginosina B, hiperbrasilol B, isohiperbrasilol B, hiperbrasilol A, japonicina A, carifenona A, carifenona B, selancina A, HP1, HP2, HP3) e de outros dois floroglucinóis diméricos de estrutura inédita, denudatina A e japonicina E. Dentre os compostos isolados, sete foram testados quanto ao potencial antinociceptivo utilizando o teste da placa aquecida. Todos os derivados testados exibiram efeitos antinociceptivos, sem provocar prejuízo motor. Esses estudos desenvolvidos com espécies de Hypericum sul brasileiras vêm se mostrando de grande importância na ampliação do conhecimento sobre composição química destas espécies e demonstram a preservação das rotas biossintéticas nas seções Brathys e Trigynobrathys. Tradicionalmente, preparações obtidas com as partes aéreas de Hypericum são utilizadas no tratamento de feridas e queimaduras. Assim, as frações enriquecidas em floroglucinol foram testadas, sendo capazes de aumentar a proliferação de queratinócitos in vitro. Visando a determinação dos compostos ativos destas frações, diversos derivados de floroglucinol também foram testados neste mesmo tipo celular. Os resultados demonstraram que japonicina A, HP2 e carifenona B aumentaram a proliferação celular, com destaque para carifenona B que promoveu um aumento na proliferação de 22.3%, na concentração de 0,01 μM. Adicionalmente, três derivados de floroglucinol foram testados frente a fibroblastos e células troncos mesnquimais. Nestes experimentos, apenas uliginosina 12 B mostrou atividade. Os resultados deste trabalho reforçam o potencial que as espécies de Hypericum sul brasileiras têm de acumular derivados de floroglucinol com padrão molecular capaz de reduzir a percepção da dor. Além disso, estes resultados, ainda que preliminares, indicam esses compostos como possíveis alvos na investigação de agentes cicatrizantes.