Avaliação da atividade antinociceptiva de uliginosina B, um derivado floroglucinol dimérico isolado de espécies de Hypericum nativas do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Stolz, Eveline Dischkaln
Orientador(a): Rates, Stela Maris Kuze
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/234670
Resumo: uliginosina B é um derivado floroglucinol dimérico identificado em espécies de Hypericum nativas do sul do Brasil, como H. polyanthemum e H. caprifoliatum. Extratos lipofílicos destas duas espécies apresentaram efeito antinociceptivo em roedores, este efeito foi bloqueado por naloxona. Além disso, estudos in vitro mostraram que a uliginosina B inibe a recaptação sinaptossomal de monoaminas, com maior potência para dopamina. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito antinociceptivo da uliginosina B na placa aquecida e no teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético em camundongos, bem como avaliar o envolvimento do sistema opioide e neurotransmissão dopaminérgica usando antagonismos farmacológicos in vivo e ensaios de radioligação. O tratamento com uliginosina B (90 mg/kg, p.o.) apresentou efeito antinociceptivo nos testes da placa aquecida e das contorções abdominais. O efeito da uliginosina B sobre a nocicepção térmica foi dosedependente (5-90 mg/kg, i.p.) e ocorreu em doses que não prejudicaram a coordenação motora (15 mg/kg, i.p.; 90 mg/kg, p.o.). A administração de uliginosina B em dose elevada (90 mg / kg, i.p.) apresentou efeito atáxico no rota-rod. Os efeitos antinociceptivo e atáxico parecem ser mediados por receptores distintos, pois o efeito na placa aquecida foi completamente abolido por naloxona (uliginosina B 15 mg/kg, i.p.) e sulpirida (uliginosina B 15 mg/kg i.p. e 90 mg/kg, i.p.), mas ele não foi alterado por SCH 23390, enquanto o déficit motor induzido por uliginosina B (90 mg/kg, i.p.) no rotarod foi completamente abolido por naloxona e parcialmente bloqueado por sulpirida e SCH 23390. Entretanto, a ativação destes receptores parece ser indireta, uma vez que in vitro a uliginosina B não alterou a ligação [35S]-GTPγS em membranas de tálamo e corpo estriado, nem afetou a ligação [3H]-naloxona, [3H]-SCH 23390 e [3H]-sulpirida aos seus receptores em preparados de membrana de prosencéfalo e corpo estriado, respectivamente. Assim, provavelmente, pelo menos parte dos efeitos observados para a uliginosina B são devido à sua capacidade de inibir a recaptação de monoaminas com conseqüente ativação de receptores dopaminérgicos e estimulação indireta do sistema opioide.