Inserção profissional e adaptabilidade de carreira : uma análise dos egressos do curso de direito no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Geneia Lucas dos
Orientador(a): Scheffer, Angela Beatriz Busato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257366
Resumo: O mercado de trabalho brasileiro, apresenta altos níveis de desocupação, principalmente entre os mais jovens (IBGE, 2022) e também entre os diplomados (PIRES, 2020), trazendo questionamentos com relação aos apectos ligados a transição universidade - trabalho. Diante do alto número de matrículas em nível de graduação no curso de Direito segundo o INEP (2021), esta tese teve por objetivo geral compreender o processo de inserção profissional (IP) dos egressos do curso de Direito do Brasil, bem como as contribuições da adaptabilidade de carreira (AC) nesse processo. Para tanto, o estudo foi sustentado pelas Teorias da Inserção Profissional Francesa (Dubar; Galland; Nicole-Drancourt) e da Construção de Carreira (Super; Savickas; Porfelli). Foi realizada uma pesquisa quantitativa, não probabilística, de corte transversal. Por meio de um questionário formatado via google forms, baseado na abordagem sociológica e na construtivista - escala de adaptabilidade de carreira. Foi distribuido o link da pesquisa nas redes sociais direcionado ao público alvo (whatsapp, linkedin, facebook, instagram - método snowball); para as OABs estaduais, foram enviados via e-mail, bem como realizado aplicação do questionário via telefone para alguns profissionais indicados na rede de contatos da pesquisadora; abrangendo as cinco regiões do país (Sul; Sudeste; Norte; Nordeste e Centroeste). Assim sendo obteve-se 402 repostas válidas, egressos com até 7 anos de formados. Originados de diversos cursos de Direito, abrangendo IES públicas e privadas do Brasil. As análises foram descritivas e por agrupamento (cluster) com uso do software PASW. Classificou-se, a partir de critérios previamente estabelecidos, em cinco grupos (clusters), baseado na tipologia das situações profissionais que são: (1) Muito Precária; (2) Precária; (3) Estável; (4) Qualificação Estável; e (5) Alta qualificação. Desse modo os egressos foram enquadrados na tipologia levando-se em consideração a sua base salarial declarada. Ao final realizado o teste do qui-quadrado para determinar a associação entre as variáveis (IP e AC). Quanto aos resultados de forma geral, a maioria eram mulheres, na faixa etária média de 30 anos. Os egressos já tinham alguma renda antes mesmo de ingressar no ensino superior (estágiários ou emprego formal); poucos fizeram uso de políticas governamentais de apoio ou ajuda de custos; maioria ingressou por vestibular em universidades privadas; com média de 5 anos de formados; com registro na OAB; trabalhando em áreas identificadas como de prestação de serviços (empresas privadas), em áreas administrativas. Com relação ao enquadramento na tipologia das situações profisisonais, a maioria dos egressos (348 pessoas) classificou-se nas situações: muito precária e precária. O processo de inserção profissional e os níveis de adaptabilidade de carreira dos egressos foram semelhantes e as associações entre as variáveis apontaram que a adaptabilidade de carreira e a inserção profissional qualificante se correlacionaram significativamente nas situações profissionais 3, 4 e 5. Esses resultados revelaram que os altos níveis de adaptabilidade de carreira deu aos egressos subsídios para enfrentar as adversidades de vida e carreira; para os egressos de situação 1 e 2, determinação para sobrevivência, flexibilidade diante da mudança, nutrir esperanças de melhorias para o futuro e manter-se otimista; para as situações 3, 4 e 5 planejamento de carreira; exploração de carreira, e persistência em busca dos objetivos. Sendo assim, a adaptabilidade de carreira, apontada nos estudos de carreira como condição para melhor inserção e permanencia dos profissionais no mercado de trabalho, não se mostrou verdadeira, estando a inserção condicionada as caracteristicas de um mercado de trabalho mais precarizado e reforçando a necessidade de olhar-se para o contexto nos estudos de carreira. O estudo apontou ainda que perfis semelhantes, mas em condições de origem sócioeconomicas menos favorecidas, não garantem inserção qualificante, e tendem a reproduzir a condição da família de origem.