Mais que barbies e ogras : uma etnografia do futebol de mulheres no Brasil e nos Estados Unidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Kessler, Claudia Samuel
Orientador(a): Damo, Arlei Sander
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131770
Resumo: Com base na etnografia realizada entre 2011 e 2013 – incluindo observação participante, entrevistas, registro fotográfico e enquete – esta tese analisa o significado do futebol de mulheres em Porto Alegre (RS, Brasil) e Amherst (MA, Estados Unidos). Ao invés de utilizar o termo futebol feminino, corrente tanto no espaço esportivo quanto acadêmico, proponho o conceito de futebol de mulheres, objetivando, com isso, a desindexação do pensamento normativo de gênero, refém do binômio “masculino/feminino”. O futebol de mulheres, no Brasil, é um espaço marcado pela expressão de múltiplas perspectivas de gênero, além de se caracterizar por performances corporais improvisadas e criativas, revelando-se um espaço de disputas, mas também de convivialidade, como outros espaços sociais quaisquer. Trata-se, portanto, de afirmar este espaço de relações multifacetadas, deixando de lado o discurso das ausências, da precariedade e da invisibilidade, a partir dos quais este futebol tem sido caracterizado. Em Porto Alegre, podem-se destacar as marcações sociais e econômicas que influenciam na dinâmica dos grupos, enquanto, nos Estados Unidos, acentuam-se as marcações etárias. Com a proposta de ampliar mais do que esgotar as reflexões sobre o tema, reflito sobre a heterogeneidade dos agentes sociais que compõem o mundo futebolístico de mulheres de Porto Alegre e de Amherst, tais como jogadoras, comissões técnicas, organizadores, arbitragem, público e mídia. A tese, no seu conjunto, busca tensionar a necessidade de associação do futebol de mulheres à estrutura futebolística instituída pela lógica do espetáculo midiático e mercadológico, como se esta fosse a única possibilidade de reconhecimento, afirmação de identidades e sociabilidade.