Estimulação sensório-motora-oral associada à sucção precoce durante o processo de distração osteogênica mandibular em crianças com sequência de Robin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gasparin, Marisa
Orientador(a): Marostica, Paulo José Cauduro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253151
Resumo: Introdução: A disfagia na Sequência de Robin (SR) pode estar presente em graus variados, sendo fundamental o manejo multidisciplinar. Com relação à terapêutica, a sucção é um importante meio de estimulação no que diz respeito à adequação das habilidades motoras orais, na introdução da alimentação por via oral, no catch-up growth da mandíbula, como medida não farmacológica para alívio da dor, no estabelecimento do vínculo mãe-bebê e dos desfechos de aleitamento materno. Objetivos: Descrever os achados relacionados à taxa de complicações e biomecânica da deglutição em uma amostra de crianças com SR que recebeu estimulação sensório-motora-oral associada à sucção precoce durante o processo de distração osteogênica mandibular (DOM) em comparação a um grupo histórico de crianças que não a recebeu. Adicionalmente, realizar uma revisão sistemática e metaanálise dos estudos que avaliaram a deglutição em crianças com SR antes e após os procedimentos para desobstrução das vias aéreas superiores. Métodos: Foram realizadas duas etapas: 1) Estudo quase-experimental incluindo crianças com SR encaminhadas para DOM (Grupo 1), o qual recebeu estimulação sensório-motoraoral, incluindo sucção, a partir de 24 horas após o procedimento cirúrgico e foram acompanhadas até o sexto mês após a retirada dos distratores, e comparação a um grupo histórico da mesma população, porém manejada de acordo com o protocolo padrão da instituição, ou seja, não-sucção (Grupo 2). 2) Revisão sistemática de estudos em bancos de dados eletrônicos e literatura cinzenta seguida da meta-análise de proporções para calcular a prevalência de disfagia após manejos para desobstrução das vias aéreas superiores. Resultados: Oito (72,7%) dos 11 pacientes do Grupo 1 e 13 (72,2%) dos 18 pacientes do Grupo 2 apresentaram complicações associadas à DOM, não sendo observada diferença significativa (p= 1,000). No período de seis meses após o procedimento, 22 (75,9%) crianças tinham alimentação por via oral plena ou associada à via alternativa. Quanto à revisão sistemática, cinco estudos foram incluídos. A meta-análise ficou prejudicada por conta das limitações dos estudos, principalmente com relação ao tamanho amostral, o que afetou a precisão dos achados. Foi verificado que 55% das crianças seguiram com disfagia (IC 95%: 1-99%). A qualidade metodológica dos estudos indicou grave risco de viés e o nível da força da evidência foi muito baixa. Conclusões: Os bebês que receberam estímulo sensório-motor-oral associado à sucção precoce após o procedimento de DOM não apresentaram maiores taxas de complicações, do ponto de vista cirúrgico, quando comparados aos bebês que não sugaram. A conduta adotada por alguns centros que contraindicam sucção durante a DOM necessita ser revisada, visto que há os benefícios do estímulo, tanto do ponto de vista fisiológico como nos aspectos de desenvolvimento psicossocial dos bebês, no estabelecimento do vínculo, alívio da dor e amamentação. No que diz respeito à revisão sistemática e meta-análise, não foi possível afirmar que as técnicas para alívio da obstrução respiratória na SR melhoram o quadro de disfagia.