Evolução do tratamento de lactentes com Sequência de Pierre Robin comparação entre 3 coortes (1997-1998; 2003-2008; 2016-2018)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Castilho, Roberta Garcia De Rosis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-29032021-150824/
Resumo: Objetivo: Descrever as características e resultados do tratamento da população de lactentes com Sequência de Pierre Robin (SPR) internados no HRAC-USP, no período de Janeiro de 2016 até Dezembro de 2018, comparando os resultados com os estudos de coorte de Marques (2001) e Salmen (2011), e identificar as variáveis que estão associadas ao tratamento. Documentar a presença, tipo e frequência das Síndromes associadas a SPR; verificar o tipo de obstrução respiratória, sua correlação com as manifestações clínicas e sua correlação com a presença ou não de síndromes; verificar o tipo de tratamento definitivo e sua correlação com o tipo de obstrução e a presença ou não de síndromes; investigar a ocorrência de disfagia, verificar a ocorrência de complicações e comorbidades; verificar a frequência e causa de óbitos. Material e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 119 lactentes com SPR, menores de 6 meses de idade, internados no HRAC-USP no período de Janeiro de 2016 a Dezembro de 2008. Esses dados foram comparados com dados da coorte de 2011 e da coorte de 2001. Resultados: 55,50% dos lactentes eram do sexo masculino, 62 (52,1%) apresentavam provável Sequência de Robin Isolada (SRI) e 57 (47,8%) apresentavam Sequência de Robin associada à síndrome ou associada a outras anomalias (SRS). As síndromes mais frequentes foram síndrome de Stickler e síndrome de Moebius, assim como na coorte de 2011 e 2001 a síndrome de Stickler foi a mais frequente. 41% dos lactentes internaram antes de dois meses de idade. O tipo de obstrução respiratória mais frequente, diagnosticado pela nasofaringoscopia, foi tipo 1, presente em 64,70% dos casos. A maioria dos lactentes (81,5%) foi tratada conservadoramente e a intubação nasofaríngea (INF) foi o tratamento mais utilizado (61,34%). A traqueostomia foi realizada em 11,77% e a distração osteogênica de mandíbula em 6,72% dos lactentes, e a maioria dos pacientes pertencia ao grupo SRS. Comparando as 3 coortes houve uma queda no tratamento definitivo com posição prona e traqueostomia de 2001 a 2020, enquanto que o tratamento com INF cresceu nesse período. A quase totalidade dos lactentes apresentava disfagia, a qualfoi mais grave nos que apresentavam obstrução tipo 3 e 4, nos submetidos à traqueostomia e nos do grupo SRS, assim como na coorte de 2011. A gastrostomia foi realizada em 21% dos lactentes e a doença de refluxo gastroesofágico ocorreu em 41,17% do total de lactentes estudados. A complicação mais frequente foi pneumonia (assim como na coorte de 2011) e a mortalidade foi de 4,20%, sendo que todos os pacientes que evoluíram para óbito eram sindrômicos, observado essa relação também nas coortes de 2011 e 2001, onde todos os óbitos ocorreram em pacientes do grupo SRS. Conclusões: A maioria dos lactentes com SPR pode ser tratada conservadoramente e a INF foi o método mais empregado para tratamento definitivo, crescendo ao longo dos anos de estudo (2001 a 2020). A DOM passou a ser uma opção de tratamento definitivo. As dificuldades alimentares são conhecidas e foram relacionadas ao grau de gravidade da obstrução respiratória, quanto mais grave a obstrução respiratória mais grave é a disfagia, sendo observado essa associação nas 3 coortes