O impacto do acidente vascular cerebral na qualidade de vida de crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gerzson, Laís Rodrigues
Orientador(a): Riesgo, Rudimar dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/156974
Resumo: Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma síndrome clínica com desenvolvimento de sinais agudos de disfunção neurológica focal ou global, com duração maior do que 24 horas ou levando à morte, sem outras causas que não a vascular. Objetivo: avaliar a qualidade de vida de crianças e adolescentes que sofreram AVC pertencentes à Unidade de Neuropediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e de crianças saudáveis da Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Cecília de Porto Alegre. Métodos: Estudo observacional com delineamento transversal com amostragem não probabilística. Utilizou-se o instrumento Pediatric Quality of Life Inventory (PedsQ.LTM 4.0) para avaliar a qualidade de vida levando em conta os distintos aspectos do desenvolvimento de dois grupos de crianças. Foi utilizada uma entrevista semiestruturada para descrever a vida passada e o presente. O período da coleta de dados foi de junho de 2015 a julho de 2016. Resultados: Participaram 78 crianças, sendo 39 com AVC e 39 sem AVC. A mediana das crianças com diagnóstico de AVC foi em torno dos sete meses, sendo que a maioria apresentou AVC do tipo isquêmico (71,8%), em que o hemisfério afetado foi o direito (48,6%), com maior prevalência da hemiparesia à direita. De acordo com a PedsQLTM 4.0 dos pais, foi possível identificar uma diferença significativa e um grande tamanho de efeito no escore da Capacidade Funcional, apresentando, então, inferioridade em relação ao grupo controle (72,0 ± 19,6). No PedsQLTM 4.0 dos pais, a “escolaridade do pai” manteve efeito positivo significativo nos aspectos emocionais – 2,20 (0,04 a 4,35) –, enquanto “idade da criança” e “não neonatal” apresentaram efeito negativo nos aspectos escolares: -1,54 (-3,04 a -0,0), -20,9 (-34,2 a -7,57), respectivamente. As variáveis “idade que entrou na escola” e “sexo masculino” demonstraram efeito significativo negativo no desfecho de Aspectos Escolares do PedsQLTM 4.0 das crianças: -0,33(-0,60 a – 0,07), -19,2 (-32,2 a -6,2), respectivamente. Conclusões: As crianças com AVC apresentam um impacto negativo na qualidade de vida principalmente no aspecto da capacidade funcional. Após questionar os pais, e mesmo que as crianças não tenham apresentado diferença significativa, pode-se perceber que os valores são baixos quando comparados ao grupo controle em todas as dimensões do PedsQLTM 4.0. A pesquisa também confirma que as variáveis sociodemográficas podem ter efeitos significativos tanto negativos como positivos nas dimensões do PedsQLTM 4.0 tanto dos pais quanto das crianças. Com aumento do reconhecimento do AVC em crianças, é de suma importância mais pesquisas no Brasil para que haja ferramentas diversas em prol da qualidade de vida destes. Os achados deste estudo são um convite aos fisioterapeutas para pensar em estratégias avaliativas e interventivas para as crianças com AVC, já que elas estão em pleno ápice de aprendizado motor e psicossocial.