Contradições na espacialidade do Museu do Amanhã : o percurso do edifício e o percurso da curadoria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Malicheski, Isadora Finoketti
Orientador(a): Aguiar, Douglas Vieira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/205358
Resumo: A pesquisa se dedica ao estudo da performance espacial do Museu do Amanhã, localizado na cidade do Rio de Janeiro. O estudo se justifica, em um primeiro momento, pelo sucesso de público já atingido pelo edifício em sua curta trajetória de vida e, em um segundo momento, pelos aspectos de interesse que sua arquitetura suscita, especialmente os relacionados ao modo peculiar e contraditório como é percebido, entendido e utilizado pelos visitantes. A pesquisa tem como pressuposto teórico e principal hipótese de trabalho a suposição de que a performance espacial da edificação seria decorrente das facilidades e/ou dificuldades encontradas pelos visitantes na compreensão dos caminhos a percorrer e, em consequência, no modo mais ou menos confortável e orientado como estes se deslocam e interagem nos espaços de uma edificação. Preliminarmente, o procedimento de pesquisa mostra que a distribuição espacial do Museu provoca pelo menos duas diferentes possibilidades de percurso de visitação: uma primeira seria aquela sugerida pelo edifício, vinda de sua configuração espacial e da condição de legibilidade daí decorrente, assim percebida pelo visitante; outra seria aquela vinda do percurso sugerido pela curadoria como encaminhamento padrão adotado. Esses dois percursos constituem a base física através da qual a espacialidade do objeto de estudo será estudada/observada ao longo da pesquisa, que adota a caminhada - o passeio arquitetônico - como método de estudo (Le Corbusier, 1923). O método descritivo incorpora procedimentos vindos dos estudos da sintaxe espacial, aonde os percursos são avaliados como sequencias de situações espaciais (Hillier e Hanson, 1984). Os conceitos de legibilidade e comodidade/conforto são utilizados como parâmetros na aferição da performance espacial das diferentes situações (Aguiar, 2016). A investigação analisa, de modo comparado, as diferentes sequências de situações geradas pelas duas possibilidades de percurso consideradas, o percurso do edifício e o percurso da curadoria, documentadas através de séries de imagens tomadas desde o ponto de vista do observador/pesquisador em movimento, incorporando o papel do visitante. As imagens são associadas a diagramas – grafos contendo linhas de movimento, linhas de visada, e os posicionamentos do observador e dos visitantes - descrevendo, de modo analítico, as situações espaciais. A pesquisa se constitui, ao final, em um oportuno conjunto de análises que, em síntese, mostram de modo imagético e diagramático o apoteótico andamento cênico imaginado pelo arquiteto, plasmado no percurso sugerido pelo edifício e, em contraponto, o andamento burocrático e truncado resultante do percurso adotado pela curadoria.