Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Kieling Júnior, Bolivar |
Orientador(a): |
Kerber, Alessander Mario |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/231643
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Resumo: |
Esta tese tem como eixo central a construção da identidade regional tradicionalista relacionada com a identidade étnica italiana no município de Caxias do Sul – RS, entre os anos de 1950 e 2010. Pretende-se analisar como as diferentes conjunturas históricas impactaram na construção de representações e narrativas destas duas identidades, gerando ressignificações, abandono de alguns sentidos e realces de outros visando à manutenção da legitimidade de ambas para seus portadores perante o imaginário da sociedade caxiense. A identidade regional tradicionalista, ou o tradicionalismo, tem se estabelecido, nas últimas décadas, de forma bastante eficaz promovendo uma determinada versão acerca da identidade sul-rio-grandense. Surge na segunda metade do século XX entre jovens urbanizados egressos do interior pastoril do estado e recém-estabelecidos em Porto Alegre. Em poucas décadas, espalha-se por várias cidades do estado, através de clubes submetidos ao MTG, uma instituição hierarquizada com fins de controle e regulamentação das representações relativas a esta identidade. Na década de 1980, o movimento amplia sua penetração social e nesta e na próxima década se massifica. O estabelecimento desta identidade regional não ocorreu de maneira uniforme nos diferentes grupos sociais que compunham a sociedade sul-rio-grandense, notadamente de caráter multiétnico devido às múltiplas correntes migratórias que a formaram e às diferentes dinâmicas sociais de estabelecimento de identidades étnicas destes grupos. No caso de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do estado e polo regional da Região de Colonização Italiana, o tradicionalismo teve seus primeiros grupos na década de 1950, mas com pouca capilaridade social e relativa visibilidade. Foi a partir da década de 1970 que passou a contar com uma quantidade significativa de adeptos e visibilidade, com grande crescimento nas décadas de 1980 e 1990. Nos anos 2000, a cidade tornou-se reconhecida como a capital mundial dos CTGs, por ser a que concentrava o maior número deste tipo de agremiação no mundo inteiro. Dentro deste recorte temporal, também foi sendo continuamente configurada a italianidade, uma identidade étnica remissiva aos imigrantes italianos e seus descendentes, com atributos diacríticos bem demarcados e performatizada durante a principal festividade local, a Festa da Uva. Relativa à maior parte da população e à elite econômica local, tem por base um caráter contrastivo, o que exige sua análise quando se procura compreender qualquer processo de construção identitária na sociedade caxiense. Nesta pesquisa, foram utilizados vários tipos de fontes históricas, como bibliografia sobre o tema, álbuns comemorativos, materiais documentais próprios de CTG pesquisados e da instância regional do MTG, periódicos e entrevistas com lideranças tradicionalistas, construídas através dos procedimentos e métodos da história oral. Nas análises, foram utilizadas as ferramentas teóricas e conceituais de autores como Pierre Bourdieu, Bronislaw Baczko, Stuart Hall, Roger Chartier, entre outros. |