A querência fabril : o tradicionalismo gaúcho entre trabalhadores de empresas metal-mecânicas de Caxias do Sul da década de 1980 à de 2000

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Kieling Júnior, Bolivar
Orientador(a): Kerber, Alessander Mario
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131699
Resumo: O tradicionalismo tem se estabelecido nas últimas décadas de forma bastante eficaz promovendo uma determinada versão acerca da identidade sul-rio-grandense. Seu surgimento inicia na segunda metade do século XX entre jovens urbanizados egressos do interior pastoril do estado e recém-estabelecidos em Porto Alegre. Em poucas décadas se espalha por várias cidades do estado através de clubes submetidos ao MTG, uma instituição hierarquizada com fins de controle e regulamentação das representações relativas a esta identidade. Na década de 1980 o movimento amplia sua penetração social através de festivais musicais e nesta e na próxima década, em virtude do apoio de variadas plataformas midiáticas, se massifica. O estabelecimento desta identidade regional não ocorreu de maneira uniforme nos diferentes grupos sociais que compunham a sociedade sul-rio-grandense, notadamente de caráter multiétnico devido às múltiplas correntes migratórias que a formaram e às diferentes dinâmicas sociais de estabelecimento de identidades étnicas destes grupos. No caso de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do estado e polo regional da Região de Colonização Italiana, o tradicionalismo passou a ter uma quantidade significativa de adeptos e visibilidade social a partir da década de 1980. Ainda nos anos 2000, a cidade tornou-se reconhecida como a capital mundial dos CTGs, por ser a que concentra o maior número deste tipo de agremiação no mundo inteiro. Percebe-se num espaço de tempo de 30 anos uma popularização notável desta versão acerca da identidade regional. Um dos espaços que concentraram estas dinâmicas sociais de popularização do tradicionalismo na cidade e acompanharam este crescimento durante estes 30 anos são os CTGs formados por funcionários de grandes empresas metal mecânicas locais. Neste trabalho, objetiva-se investigar a história destes estabelecimentos na perspectiva de compreender o fenômeno do sucesso do tradicionalismo em Caxias, bem como a forma como foi construída esta identidade gaúcha neste lugar. Para efetuar a análise deste trabalho, serão apropriadas as ferramentas teóricas e conceitos de representação e de identidade de autores como Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Stuart Hall, entre outros. Foram utilizados três tipos de fontes: documentação dos acervos dos CTGs, publicações sobre o tradicionalismo e sobre a identidade gaúcha na imprensa local no período da Semana Farroupilha e depoimentos de história oral de sujeitos que participaram dos CTGs abordados.