A formação da cultura política dos jovens : a influência das redes sociais em contextos socioeconômicos desiguais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vasconcelos, Camila de
Orientador(a): González, Rodrigo Stumpf
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197564
Resumo: Os jovens brasileiros têm apresentado comportamentos de desinteresse e apatia política. Pesquisas indicam que tais ações de mobilização são dificultadas pela ausência de condições materiais mínimas a sua sobrevivência. Independentemente do nível social, é no processo de socialização política que os jovens recebem valores e atitudes das gerações anteriores. Tais valores podem ser diversificados de acordo com o segmento econômico do qual o jovem é proveniente, o que pode desenvolver a formação de subculturas políticas dentro de uma mesma região. Entretanto, possíveis mudanças podem estar ocorrendo no processo de socialização por causa das redes sociais. Isto porque essas redes possuem particularidades diferentes de outras mídias, possibilitando a divulgação de informações, de forma midiática, ao mesmo tempo em que proporcionam a interação social dos usuários. Essas redes são usadas, inicialmente, para comunicação e entretenimento, mas estudos indicam que elas têm protagonizado novas formas de mobilização social, trazendo questionamentos sobre sua força em acelerar mudanças sociais e políticas. Nesse sentido, questiona-se nesse trabalho qual é a influência das redes sociais na formação da cultura política dos estudantes jovens? Como os contextos socioeconômicos interferem nessa influência? Os valores culturais relacionados à política são objetos de estudo da cultura política, pela qual busca-se investigar no contexto de duas regiões, com aparente desigualdade socioeconômica, a influência do uso das redes sociais na formação da cultura política dos estudantes jovens. Assim, busca-se primeiro caracterizar a cultura política dos estudantes jovens da região do Distrito Federal e do Entorno do Distrito Federal. Segundo, analisar o uso das redes sociais nesses (possíveis) contextos socioeconômicos desiguais. E terceiro, verificar a influência da renda, dos tipos de escola e da escolaridade dos pais no uso das redes sociais sobre a cultura política dos estudantes jovens. Para isso realizou-se uma pesquisa comparada com duas amostras probabilísticas, uma em cada região investigada, Distrito Federal e seu Entorno, junto aos estudantes de Ensino Médio, jovens com idade entre 15 e 29 anos. A hipótese central é de que a utilização das redes sociais pelos estudantes jovens influencia na formação de uma cultura política participativa. Assim, verificou-se que em contextos desiguais os jovens têm dado usos diferentes às redes sociais, bem como têm culturas políticas diferentes. O que leva a concluir que há variações concomitantes na forma pelo qual os jovens utilizam as redes sociais e a cultura política dos jovens de cada uma das regiões, confirmando a hipótese. Ou seja, mesmo que os jovens possuam acesso às redes sociais e aos conteúdos ali veiculados, estes serão mais influenciados por elas se estiverem em um contexto socioeconômico seguro. Ao passarem a utilizar tais redes sociais os jovens que possuem valores pós-materiais é que acabam por ser influenciados por elas, salvo se este jovem estiver inserido em um tipo de escola que favoreça tal aproximação com a política, independentemente de sua condição material. Visto que os conteúdos políticos visualizados nas redes influenciam a agir de forma mais participativa, como é o caso das escolas federais.