Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Lima, Caroline Oliveira Neves de |
Orientador(a): |
Morais, Jennifer Azambuja de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/265206
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Resumo: |
A última década brasileira (2012/2022) aponta para momentos de agitação política e diversos ataques à democracia nacional, que culminaram com a ascensão do governo de Jair Bolsonaro, um espelho da consolidação de grupos autoritários e de extrema direita na vida política. Imersos nesse cenário, os brasileiros também são afetados pela pandemia da COVID-19, um evento mundial sem precedentes. A necessidade de isolamento social aprofunda as relações da sociedade com as mídias digitais, que capilarizam um universo de polarização, onde atores da extrema direita navegam com traquejo e mobilizam discursos de ódio. Como somente os procedimentos formais constitucionais não instauram, automaticamente, uma cultura política democrática nos indivíduos, questiona-se como este cenário está afetando o padrão de socialização política juvenil e sua adesão à valores democráticos. Dessa forma, o problema de pesquisa que guia estre trabalho é: Quanto o contexto da pandemia da COVID-19 e o uso de mídias digitais afetou a socialização política e a adesão a valores antidemocráticos dos jovens? O objetivo geral consiste em compreender como a pandemia da COVID-19, o contexto político descrito, e a intensificação do uso das mídias afetaram a socialização política juvenil e sua adesão a valores democráticos. Os objetivos específicos são: 1) explicar o papel da socialização política na formação de atitudes, comportamentos e valores políticos, investigando como configura-se a socialização juvenil e sua relação com o crescimento de valores antidemocráticos dos últimos anos, destacando o recente cenário político brasileiro; 2) compreender como a experiência da pandemia e seus desdobramentos, como o ensino remoto, podem interferir nas sociabilidades políticas entre jovens de diferentes sistemas de ensino e ; 3) examinar, nos anos recentes, o papel das mídias digitais e da internet no interesse político juvenil, no apoio à democracia e na intolerância política entre jovens estudantes. A hipótese é a de que o contexto de crises econômicas, políticas, e de fortalecimento de grupos políticos com narrativas autoritárias, a privação de espaços presenciais escolares em decorrência da pandemia, além da intensificação dos usos das mídias digitais afetaram negativamente a aquisição de valores democráticos e potencializaram sentimentos de intolerância entre os jovens. A metodologia utilizada é quantitativa, através de uma análise descritiva longitudinal na cidade de Curitiba, por meio de pesquisa survey realizada com estudantes do ensino médio em 2016 e 2022, aplicadas pelo Núcleo de Pesquisa sobre a América Latina (NUPESAL). Os resultados na cidade de Curitiba apontam para um padrão decrescente de aquisição de valores democráticos entre os jovens, visão de futuro mais pessimista, expansão intensa das mídias digitais em substituição ao formato da escola tradicional e prejudicialidades na educação, que se distribuem desigualmente entre os sistemas de ensino. Além disso, a intolerância (sobretudo na vida online), a aversão à política formal, e também às pessoas com opiniões políticas diferentes são um retrato geracional de uma sociedade polarizada que não rompe com o padrão político de aquisição de valores anterior e pode constituir ameaça ao futuro democrático brasileiro |