Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Lomando, Eduardo Marodin |
Orientador(a): |
Nardi, Henrique Caetano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/101427
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Resumo: |
Diante das marcadas discussões sobre a diversidade sexual e de gênero no Brasil, as transexualidades têm sido foco de produções científicas e assunto recorrente da mídia. Apesar de ainda ocupar o lugar de abjeto, suas conjugalidades são exemplos de um deslocamento. O objetivo foi compreender quais são os processos que constituem essas conjugalidades transexuais e como esses são vividos nessa relação. Para se aproximar dessas respostas, essa Tese se divide em quatro artigos. No primeiro, disserta-se sobre o conceito de transexualidade em quatro áreas do conhecimento científico: biologia, medicina, psicanálise e ciências sociais. O conceito é explicado a partir de questões relacionadas à anatomia, genética, diferenças cerebrais, teoria fálico-edípica, psicopatologia, ao conceito de sexo como discursivo, de gênero como performatividade e expressão da diversidade em conflito com a heteronorma. No segundo artigo, foram revisados de forma sistemática os artigos que tratassem de demonstrar empiricamente as conjugalidades transexuais. Os aspectos relacionados às conjugalidades foram divididos nas categorias: atividade, excitação e orientação sexual; desafios sexuais dos casais; papeis de gênero e desafios do relacionamento conjugal. Houve um aumento na complexidade da conceptualização dessa diversidade conjugal. No terceiro artigo, o tema foi revisado somente em publicações nacionais e junto das travestilidades. Os resultados dos trabalhos encontrados apontam para um número variado de nomenclaturas dessas parcerias, com uma aparente fusão emocional conjugal que funciona como mantenedor das identidades de gêneros das/os participantes. Entretanto, encontra-se respostas criativas que permitem a quebra do efeito halo entre identidade de gênero e desejo sexual, conduzindo à autonomia identitária e ao prazer. No último artigo foram feitas entrevistas com três casais de homens e mulheres transexuais e seus cônjuges cisgêneros, analisadas a partir dos Estudos de Gênero (Queer e pós-estruturalistas). Os resultados demonstram que as conjugalidades transexuais descritas são mais um território que tenciona e desafia as normas de gênero e possibilita desfechos flexíveis, não direcionadas a nenhum dos extremos da heteronorma. Essa configuração específica pode possibilitar a desestabilização dessa tensão e permitir direções alternativas à lógica binária principalmente nos campos das performatividades sexuais, das divisões de tarefas cotidianas e das relações com as famílias de origem. |