Fluência de leitura : evidências teóricas e empíricas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Meggiato, Amanda Oliveira
Orientador(a): Corso, Luciana Vellinho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/261828
Resumo: A leitura envolve, a partir da abordagem da neuropsicologia cognitiva, processos como o reconhecimento de palavras e a compreensão leitora e, mais recentemente investigada, a fluência de leitura. Embora já se tenha conhecimento acerca da importância do reconhecimento de palavras e da compreensão para a leitura proficiente, ainda são escassos os estudos nacionais e até mesmo internacionais dedicados à fluência. Em relação a este construto, ainda há na literatura uma série de desconhecimentos e contradições. Pesquisadores questionam principalmente quais são os componentes envolvidos na fluência e quais são as suas relações especialmente com a compreensão. Desse modo, esta dissertação buscou compreender a fluência de leitura de forma ampla, sua definição, os componentes cognitivos envolvidos e as relações entre fluência e demais habilidades de leitura, a partir de três estudos complementares. O primeiro estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa do construto de fluência de leitura. Os resultados apontam que há na literatura uma série de considerações acerca do construto, mas que ao incluir o componente prosódia na definição, fica claro que um nível de compreensão é necessário para a leitura fluente, indicando uma relação recíproca entre fluência e compreensão. O segundo estudo, uma revisão sistemática da literatura, teve como objetivo verificar o estado da produção científica acerca da definição de fluência de leitura e suas relações com a compreensão leitora. A síntese dos 57 estudos incluídos evidenciou que a maioria das pesquisas define o construto como precisão, automaticidade e prosódia. A maior parte dos estudos também considera que a fluência prediz a compreensão. Em relação à avaliação da habilidade, a maioria das pesquisas mediu a fluência de leitura oral, utilizando medidas padronizadas. Precisão e velocidade foram os componentes mais avaliados pelos estudos. A amostra contou com a participação de 57 estudantes (M=10,30, DP=0,63) de 5º ano de duas escolas públicas de Porto Alegre (RS), avaliados em tarefas de reconhecimento de palavras, fluência e compreensão. Análises de correlação de Pearson mostraram que as habilidades estão correlacionadas de fraca a moderadamente, sendo mais fortes as correlações entre prosódia e compreensão, medida por meio de questionário, e entre precisão e compreensão, medida por meio de reconto. Nos diferentes modelos de regressão múltipla, a fluência e o reconhecimento de palavras explicaram de 11% a 13% da variância em compreensão, enquanto o inverso, as variáveis de reconhecimento de palavras e compreensão explicaram de 6% a 19% da variância em fluência. Os três estudos permitiram um maior entendimento acerca da definição de fluência e dos componentes utilizados para descrevê-la, assim como uma visão abrangente de como ela tem sido definida e operacionalizada na literatura nacional e internacional. Além disso, os estudos possibilitaram elucidar as relações entre fluência, reconhecimento de palavras e compreensão leitora em um 5º ano do ensino fundamental. Tais resultados contribuem para o ensino e avaliação da fluência e capacita professores e pesquisadores a encontrarem estratégias potentes de ensino, de prevenção de dificuldades e de intervenção na área.