Os clássicos como nossos guias : antigos e modernos na construção da república em Oceana de James Harrington

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vogt, Débora Regina
Orientador(a): Vargas, Anderson Zalewski
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201464
Resumo: O trabalho parte da análise da obra Oceana de James Harrington. O nome do livro também é de um reino imaginado, perfeito, sólido e estável. Não há turbulências, nem medos de guerras ou instabilidades que tanto marcaram a Inglaterra do século XVII. Tudo funciona em perfeita sintonia, e cada membro do corpo político sabe exatamente qual seu lugar no mundo, reinando a paz e a prosperidade. Para construir esse lugar, o autor utiliza principalmente suas referências, prudência antiga e a moderna. Para ele, a primeira estaria no mundo antigo, até a chegada dos bárbaros, e a segunda seria representada pela figura de Maquiavel. Entre esses dois modelos é construída sua referência de governo, que é republicana e tem como central a distribuição de terras e a não centralização do poder. As perguntas que permearam essa pesquisa estão relacionadas às leituras da Antiguidade que permitem criar e configurar propostas de governo na Era Moderna, assim como a ligação entre os antigos e os modernos na criação de um regime republicano. Além dessas questões, o objetivo desta tese foi também perceber como esse discurso se relaciona com outros presentes em tempos revolucionários. As linhas metodológicas utilizadas foram a Estética da Recepção e a Retórica. O autor é visto como leitor de obras clássicas e de autores de seu tempo, reproduzindo ideias que são comuns, ao mesmo tempo que cria características e percepções suas. Simultaneamente, há constantes construções argumentativas que são analisadas tendo como fundamento a Retórica, vista aqui como elemento construído para o convencimento, imaginando que todo aquele que escreve tem um público alvo e traços que usa como formas essenciais para demonstrar, apontar e levar a crer. Há certamente crenças tão claras e óbvias para ele que não necessitam ser mencionadas ou demonstradas, mas que podem se perder para nós, seus leitores contemporâneos. A continuação e a inter-relação entre os textos pareceu ser um caminho apropriado para que, na medida do possível, pudéssemos mensurar os “óbvios” e como funcionavam. A relação entre antigos e modernos é uma característica chave de um autor que é multifacetado e que procura respostas num mundo em mutação.