Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Bonaldo, Rodrigo Bragio |
Orientador(a): |
Cezar, Temistocles Americo Correa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/114415
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Resumo: |
“Comemorar efemérides” não é apenas uma expressão legítima utilizada para fazer referência à celebração de uma festa nacional. Desde o final do século XIX, ao menos em língua portuguesa, os dois termos têm sido associados como sinônimos. A presente tese representa um esforço em compreender o desenvolvimento de dois conceitos – comemorações e efemérides – na longa duração. Os encontros e desvios entre as práticas associadas a um e a outro serão pontuados através da seleção de episódios intelectuais, seguidos pelo exame de debates que os tocavam na periferia de suas articulações. Na primeira parte, dedicada às comemorações, montei uma revisão desse bem conhecido tópico de estudos endereçada a uma única hipótese, a saber: o “ofício” comemorativo pode ser entendido como uma forma de comunicação e transmissão geracional de valores. Inspirado pelas fontes, argumento que os eventuais pontos de encontro entre o par de objetos propostos nesta tese são análogos às interrelações entre a “ordem do tempo” e a “ordem da natureza”, entre o tempo dos homens e o movimento das estrelas. Neste drama conceitual, se pudermos assim chamá-lo, faríamos perceber como a superação dos antigos modelos cosmológicos não se esquivou em guardar, para assumir termo caro a Pomian, uma lógica cronosófica. Se eu for bem sucedido, esse argumento deverá se expressar na segunda parte. As efemérides, como tábuas do movimento dos corpos celestes, vieram sofrer uma lenta transição rumo ao registro dos feitos humanos. Bebendo em fontes antigas e nas práticas de emulação, personagens bem conhecidos da primeira modernidade associaram o termo primeiro aos diários pessoais, depois ao jornalismo e, nos séculos seguintes, à história literária, religiosa e política. Na França, as éphémérides emergem da revolução já como um subgênero historiográfico. No Brasil da segunda metade do século XIX, listas de efemérides encontram lugar comum junto às comemorações dentro dos debates do IHGB. É no horizonte do projeto de nação que busco observar a união dos paralelos. Esse horizonte – como um ponto de chegada – vai aparecer ao final de cada secção da tese, observado a partir da celebração do quadricentenário da descoberta de Cabral. |