Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Medeiros , Cléo Busanello de |
Orientador(a): |
Ferrari, Andrea Gabriela |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/279308
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Resumo: |
Esta dissertação surge a partir de uma experiência de trabalho grupal com educadoras de uma escola privada de educação infantil. Durante cerca de 9 meses, reuni-me semanalmente com seis educadoras assistentes, profissionais que deveriam realizar o Atendimento Educacional Especializado (AEE), um dos serviços elencados na política inclusiva no país. As educadoras nomearam-no como “Projeto AMAR”, sigla para Acolher, Multiplicar, Aprender e Respeitar. O intuito inicial do grupo era ser um espaço de supervisão e orientação técnica das educadoras no sentido da inclusão escolar, com a realização do Plano Educacional Individualizado (PEI) sendo a formalização deste trabalho. De saída, no entanto, propus que este fosse um momento mais amplo de trocas entre as educadoras, onde poderiam falar livremente sobre os variados aspectos do seu fazer na escola. Após cada reunião, eu procurava manter um registro escrito, acessível somente a mim, daquilo que se sucedeu no encontro em termos de falas, trocas e afetações. Nesta pesquisa, retomo os diários após a experiência já finalizada (e após meu desligamento da instituição) e busco analisá-los à luz de alguns operadores conceituais do campo da psicanálise e da educação, como o amor, a transferência, o saber e a autoridade. Considerando que as educadoras operam, principalmente no tempo da educação infantil, uma relevante função no processo de constituição e desenvolvimento de seus alunos, importa atentar para a sua atuação e resgatar o valor deste laço. Para tanto, abordo histórica e criticamente os meandros das instituições de educação infantil e da formalização da profissão das educadoras, salientando a visada tecnicista e neurocientífica que vai tomando conta da educação contemporânea. Explicando o processo de criação do Projeto AMAR e os atravessamentos institucionais que ali se deram, também sustento a dimensão amorosa e transferencial como parte imprescindível do laço educativo. Me apoio na proposição lacaniana dos quatro discursos para este capítulo. Trabalhando a partir dos preceitos da pesquisa psicanalítica, caracterizo meus relatos como diários clínicos, que retomo a partir de algumas vinhetas selecionadas. Nelas, as dimensões do amor e do saber aparecem de forma sistemática. Com isso, concluo que a existência de espaços de circulação da palavra entre educadoras, mediados por uma escuta pautada na ética da psicanálise, tem um importante efeito de renovação e ampliação da sua prática, oferecendo-lhes a possibilidade de reposicionamentos subjetivos e de giros discursivos que movimentam alguns sentidos cristalizados no cotidiano escolar. |