Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Maria Eugênia Bresolin |
Orientador(a): |
Stein, Airton Tetelbom |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/49011
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Resumo: |
Em 2011, o governo brasileiro lançou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) no Brasil (2011-2022) que promove a abordagem integrada de fatores de risco modificáveis que ocorrem em combinação (tabagismo, álcool, inatividade física, alimentação não saudável e obesidade). Neste processo de mudança a Atenção Primária à Saúde (APS) tem um papel fundamental. No Sistema Único de Saúde (SUS), a Estratégia Saúde da Família tem uma cobertura elevada, entretanto a qualidade dos serviços, tanto tradicionais como da ESF, ainda está longe do desejável. Esta tese avaliou a cobertura de quatro práticas de promoção da saúde (orientação sobre parar de fumar, de ingerir bebidas alcoólicas, exercício físico, alimentação saudável), na visão dos usuários de serviços públicos de APS de Porto Alegre (no sul do Brasil) através de um estudo transversal de base populacional no período de julho de 2006 a agosto de 2007. O aconselhamento mais prevalente foi sobre alimentação saudável em 40,4% (IC95% 36,9 – 44), seguido de parar de fumar em 31,9% (IC95% 26,2 – 37,6) e exercício físico em 28,7% (IC95% 25,30 - 32,06). A prática menos realizada é a orientação sobre bebidas alcoólicas que ocorreu em apenas 8,1% (IC95% 5,7 – 10,6). Para avaliar a qualidade da APS foi utilizado o questionário PCATool- Brasil versão usuário adulto. Os resultados das análises ajustados pela Regressão de Poisson robusta demonstraram que os serviços de alto escore geral e essencial realizam mais as quatro práticas de promoção da saúde (p < 0,001). No entanto, mesmo estes serviços de alto escore ainda têm uma cobertura insuficiente na atuação com enfoque na promoção de saúde. Esta associação entre qualidade do serviço de APS, em relação aos atributos preconizados por Starfield, e a realização de práticas de promoção da saúde e prevenção pode apoiar os investimentos não apenas no numero de Equipes de Saúde da Família, mas também na qualificação dos serviços existentes para auxiliar que as metas do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT sejam alcançadas. Esta qualificação deve ser com base nos atributos assim como na formação dos recursos humanos e na criação de redes de assistência. Ainda assim, faltam estudos no Brasil que definam os tipos de práticas de promoção da saúde que são realizadas e quais são mais eficientes para o nosso contexto sócio-demográfico-cultural. O conhecimento sobre os fatores de risco numa população, como a magnitude e as características dos indivíduos portadores, auxilia no planejamento de ações mais adequadas nos serviços de saúde. Em Porto Alegre, foi encontrada uma prevalência de sedentarismo de 21,3% (IC95% 19,5 – 23,2), 20,3% nas mulheres e 22,9% nos homens utilizando a versão curta do Internacional Physical Activity Questionnaire (IPAQ) para avaliar o nível de atividade física de adultos. No modelo ajustado pela Regressão de Poisson robusta, as características que estavam associadas ao sedentarismo foram: sexo masculino; indivíduos com mais de 60 anos; brancos; classe econômica A ou B; ter saúde auto referida ruim; e não ser freqüentador de serviços públicos de APS (p < 0,05). Dos sedentários que receberam orientação para a prática de atividade física, metade estava vinculada a um serviço de APS. No modelo ajustado, as características associadas foram: pertencentes às classes sociais C/D/E; não fumante; obesos; que referiram ter problema de saúde crônico; e estar vinculado aos serviços de alto escore de orientação para a APS (p < 0,05). A orientação para praticar exercícios ocorreu em 37,2 % (IC95% 27,4 - 47,1) dos 2536 adultos. Dos sedentários que receberam orientação para a prática de atividade física no modelo ajustado, as características associadas foram: pertencentes às classes sociais C/D/E; não fumante; obesos; que referiram ter problema de saúde crônico; e estar vinculado aos serviços de alto escore de orientação para a APS (p < 0,05). Estes achados ratificam que uma abordagem preventiva do sedentarismo vem ocorrendo mais, na APS de Porto Alegre, nos melhores serviços e naqueles indivíduos que realmente necessitam mais. A prevalência de sedentarismo encontrada foi baixa em relação a outros estudos que avaliam a atividade física durante os momentos de lazer. A orientação para a prática de exercícios para sedentários na APS vem ocorrendo mais nos melhores serviços e para indivíduos que mais necessitam. Os resultados desta tese demonstram que as práticas de promoção da saúde são mais frequentes nos serviços de saúde que apresentam mais qualificação em relação aos atributos de APS preconizados por Starfield que podem contribuir para resultados mais expressivos e duradouros na mudança de hábitos de vida deletérios da população brasileira. |