Estudo de validação da tomografia computadorizada de tórax na avaliação de massa muscular em pacientes com esclerose sistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rocha, Daniela Silva da
Orientador(a): Chakr, Rafael Mendonça da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253139
Resumo: Introdução: Sarcopenia é caracterizada por perda progressiva e generalizada da massa e da função muscular e que pode acometer os pacientes com esclerose sistêmica (ES). Uma das principais causas de morte na ES é a doença intersticial pulmonar, avaliada regularmente por tomografia computadorizada (TC) de tórax. A avaliação rotineira da massa muscular pela TC de tórax pode contribuir para um diagnóstico precoce de miopenia e mioesteatose nestes pacientes. Objetivo: Avaliar a presença de miopenia e mioesteatose ao nível da primeira vértebra lombar (L1) na TC de tórax nos pacientes com ES, bem como estudar a associação da alteração da composição muscular com desfechos clínicos que levam ao aumento da morbimortalidade nesse grupo de pacientes. Métodos: Estudo retrospectivo com análises transversais e longitudinais incluindo pacientes ambulatoriais de hospital universitário entre 2012 e 2021 com dados coletados a partir de revisão de prontuários e formulários padronizados de pesquisa. Foi avaliado a massa muscular esquelética na TC de tórax através dos seguintes índices a nível de L1: área muscular esquelética (AME), índice massa muscular esquelética (IME) e atenuação média da radiação muscular (AMR). Foram considerados com miopenia mulheres e homens, respectivamente, com AME< 70,1 e 110,4 cm², IME < 25,9 e 34,6 cm²/ m² e com mioesteatose mulheres e homens, respectivamente, com AMR < 29,8 e 36,3 unidades de Hounsfield (UH). Em um subgrupo de 31 pacientes atendidos entre 2017 e 2019, as propriedades diagnósticas de AME, IME e AMR por TC foram comparadas com o índice de massa muscular esquelética apendicular (IMMEA) por absorciometria de dupla energia (DXA). A baixa quantidade muscular foi definida, de acordo com o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas 2: IMMEA < 5,5 kg/m² em mulheres e < 7,0 kg/m² em homens. Em seguida, um melhor índice tomográfico foi utilizado para correlação com parâmetros clínicos e laboratoriais. Resultados: A amostra foi composta por 107 pacientes com ES: idade média de 57,5 anos (± 12,1), brancos 85%, mulheres 91,6%, ES limitada cutânea em 77 pacientes e tempo mediano (p25-75) de duração da doença até a primeira TC de 7 (2,8-14,2) anos. A prevalência de miopenia foi de 23,5% nos pacientes com ES. Considerando IMMEA como padrão ouro, sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos e negativos para AME foram 60%, 96,2%, 75% e 92,6%, para IME foram 40%, 96,2%, 66,7% e 89,3%, para AMR foram 60%, 34,6%, 15% e 81,8%, respectivamente. Os coeficientes de correlação de Pearson foram 0,73, 0,74 e 0,10 para AME, IME e AMR, respectivamente. Comparando TC e DXA, apenas AME concordou com IMMEA (kappa=0,611, p<0,001). Nesse grupo, a prevalência de mioesteatose através do índice AMR foi de 64,5% e em 80% dos pacientes com sobrepeso/obesidade (índice massa corporal [IMC] ≥25Kg/m²), apresentavam miosteatose. Após ajustes em modelo multivariado, IMC (p=0,003) e sexo feminino (p<0,001) permaneceram significativamente associados à miopenia pela AME. Na análise prospectiva, após ajustes em modelo multivariado, o IMC (p=0,006), ES forma cutâneo limitada (p=0,015) e as úlceras digitais (p=0,025) permaneceram significativamente associados à miopenia. Conclusão: AME ao nível de L1 na TC de tórax demonstrou ser uma medida precisa e útil para detectar miopenia em pacientes com ES. IMC e sexo masculino estiveram associados à miopenia nas análises transversais e, nas análises longitudinais, menor IMC e presença de úlceras digitais foram preditores de miopenia, enquanto a forma cutânea limitada foi protetora quanto ao desenvolvimento de miopenia.