Diatomáceas (BACILLARIOPHYTA) em sistema lagunar no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Donadel, Letícia
Orientador(a): Torgan, Lezilda Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187253
Resumo: Lagunas são corpos de águas interiores, frequentemente orientados em posição paralela à linha de costa, e conectadas ao oceano por um ou mais restritos canais, características essas que as distinguem dos estuários. No sul do Brasil é escasso a ocorrência de ambientes lagunares, sendo os mesmos conhecidos pelo nome de lagoa, entre eles, a Lagoa do Peixe, que está inserido no Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Este parque possui status de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Sítio Ramsar e é parte da Rede Hemisférica de Reservas das Aves Limícolas Migratórias, por se constituir em importante refúgio de aves migratórias do Hemisfério Sul. O fato das lagunas serem sistemas de baixa profundidade, de mistura da coluna d´água, de alta reciclagem de matéria e nutrientes são altamente produtivas e as comunidades fitoplanctônica e microfitobêntica, esta última constituída predominantemente por diatomáceas, desempenham um papel fundamental. Apesar da importância ecológica da Lagoa do Peixe, a sua comunidade de diatomáceas bentônicas é muito pouco conhecida. O estudo teve como objetivos ampliar o conhecimento da composição taxonômica de diatomáceas bentônicas no sistema e entender a variação espacial e sazonal de atributos da comunidade em relação às variáveis ambientais, em um ciclo anual. Amostragens de sedimento foram efetuadas nas margens da porção Norte, Centro e Sul da lagoa, nas diferentes estações do ano, entre junho de 2011 e fevereiro de 2012. Este estudo demonstrou que a comunidade de diatomáceas esteve representada por 62 táxons, distribuídos em 30 gêneros e 20 famílias, sendo composta por espécies salobras e marinhas, com poucos representantes de água doce. Os gêneros que apresentaram maior número de táxons foram Amphora Ehrenb. ex Kütz, Nitzschia Hassall e Diploneis Ehrenb. ex P.T. Cleve. A riqueza, diversidade e equitabilidade) das diatomáceas apresentaram variações no espaço e no tempo. Maiores valores destes atributos foram encontrados na porção Norte da lagoa e na estação do outono. As variações estiveram relacionadas com as variáveis salinidade, temperatura, pluviosidade e ação do vento. São apresentadas 228 ilustrações das espécies com base na análise em microscópios ópticos e eletrônicos. Informações sobre as dimensões, ecologia e distribuição dos táxons também são incluídas. O total de 74% das espécies são primeiras citações para a Lagoa do Peixe, o que demonstra um aporte significativo ao conhecimento da biodiversidade neste sistema lagunar. O estudo taxonômico das diatomáceas neste sistema permitiu também ampliar a diagnose de Cocconeis sawensis Al-Handal et Riaux- Gobin, com base na observação do material tipo, oriundo de um lago salino do Iraque e verificar a ocorrência de variações morfológicas na população de Falcula hyalina Takano.