Diatomáceas perifíticas como bioindicadoras de qualidade de água na microbacia do Urumari Santarém (Pará, Brasil).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: VIDAL, Regiane Gabriele Rocha
Orientador(a): CANANI, Luis Gustavo de Castro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos
Departamento: INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS
País: BRASIL
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/279
Resumo: As diatomáceas (Ochrophyta, Bacillariophyceae) são microalgas que ocorrem em todos os ambientes aquáticos, sendo responsáveis por grande parte da produção primária nos oceanos e nas águas doces, constituindo uma porção expressiva do perifíton nestes ambientes. Diatomáceas perifíticas têm sido utilizadas como indicadores e monitores da qualidade de água em diversos países. No Brasil, poucos estudos com essa abordagem foram realizados, restritos ao sul do país, e inexistentes em rios amazônicos. O Urumari é um igarapé urbano localizado no município de Santarém que vem sofrendo as consequências do crescimento populacional no seu entorno. Visando identificar espécies de diatomáceas com potencial uso como indicadoras da qualidade da água, foram realizadas amostragens no período de setembro de 2018 a março de 2019, em cinco estações amostrais, compreendendo trechos superior, médio e inferior do Urumari. Foram utilizados amostradores artificiais de acrílico para colonização do perifíton, que ficaram submersos por 30 dias. Ao todo, 220 táxons foram registrados, pertencentes a 17 famílias e 35 gêneros. Destes, 26 ocorreram com abundância acima de 5% nas amostras. Os gêneros mais representativos foram Eunotia (24%), Pinnularia (19%), Nitzschia (7%) e Navicula (6%). A estação mais a jusante (E5), apresentou os maiores valores de dominância. O índice de Shannon-Wiener variou entre 2,5 a 3,5. Eunotia parasiolli, Frustulia saxonica e Nitzschia palea ocorreram em 100% das amostras. A análise de componentes principais indicou um gradiente espacial de contaminação orgânica, de montante para jusante, caracterizado pela diminuição da concentração de oxigênio dissolvido e aumento da DBO, pH e concentrações de compostos nitrogenados e fósforo. Os resultados das análises de correspondência canônica, de similaridade, TWINSPAN e IndVal indicaram haver uma variação espacial importante na composição e estrutura das assembleias de diatomáceas, com substituição de algumas espécies por outras com maior tolerância à poluição orgânica, ao longo do curso do igarapé do Urumari. Assim, foi possível selecionar espécies com potencial valor indicador e relacioná-las a quatro cenários ou grupos de qualidade de água: grupo I: Eunotia femoriformis, E. parasiolli, E. conectival 13; grupo II: Brachysira procera, Eolimna minima, Placoneis merinensis, Pinnularia brauniana; grupo III: Achnanthidium exiguum, Frustulia cf. crassinervia, Pinnularia microstauron, Sellaphora pupula; grupo IV: Encyonopsis frequentiformis, Frustulia quadrisinuata, Navicula cryptotenella, N. cryptocephala, Nitzschia palea, Stenopterobia planctonica. Os resultados indicaram que espécies de diatomáceas são altamente sensíveis a alterações físicas e químicas da água, mesmo quando a amplitude dessas variações não é expressiva e confirmam que estes organismos podem ser uma valiosa ferramenta para o diagnóstico e monitoramento de cursos d’água que sofrem impactos das atividades humanas. Embora já esteja com as suas características originais alteradas, o Urumari ainda apresenta impactos moderados em suas águas quando comparado a outros rios urbanos do Brasil, e possivelmente pode ser recuperado em tempo relativamente pequeno, caso sejam realizadas as ações necessárias