(Re)contando histórias : o ambiente tematizado a partir dos itinerários de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lisboa, Cassiano Pamplona
Orientador(a): Fischer, Nilton Bueno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10644
Resumo: Esta dissertação aborda os modos através dos quais o espaço é (re)significado em função do deslocamento de um lugar para o outro e da passagem do tempo (experimentada em um mesmo lugar). É o resultado de uma investigação empírica realizada junto a um grupo de migrantes – homens e mulheres – atuais moradores de uma região localizada na periferia do município de Esteio e que se fundamentou nas reminiscências narradas em encontros coletivos e individuais (pesquisador-pesquisado). Dessa forma, para compreender como o processo de migração foi experimentado pelos sujeitos entrevistados e, nele, como se deu a atualização das relações com os lugares (de onde saem, por onde passam e nos quais se radicam), recorreu-se, em primeira instância, a um conjunto de memórias individuais. Enquanto parte de um processo educativo mais amplo – educação ambiental –, o presente trabalho pretendeu fornecer subsídios para se (re)pensar a dinâmica dos processos migratórios e de expansão das cidades (constituição de periferias urbanas). Além disso, objetivou conferir às discussões que nos constituíam como grupo uma profundidade histórica particular (relacionada com o lugar) a partir da qual pudéssemos tematizar as relações entre sociedade, cultura e os demais elementos físicos e biológicos do meio, isto é, o ambiente enquanto campo relacional. Os estudos empreendidos sugerem a migração enquanto um processo contínuo, que se estende para além do deslocamento físico entre lugares e se prolonga por toda a vida do migrante. Entre suas principais condições de possibilidade aparecem as redes de sociabilidade/solidariedade e os deslocamentos anteriormente efetuados. A (re)construção do espaço, por sua vez, dá-se a partir do encontro entre “velhos e novos mundos”: novos mundos que se constroem a partir dos velhos e velhos mundos que se reconstroem a partir dos novos. Envolve a transformação material da paisagem e uma constante (re)construção de significados através das quais não só o meio é modificado, mas também aqueles seus habitantes e sujeitos. Por fim, o trabalho de rememoração realizado em grupo, para além dos seus objetivos imediatos e circunscritos, revelou-se um profícuo espaço educativo, permitindo não apenas a emergência de um rico conjunto de informações, mas principalmente a ampliação e reformulação da compreensão dos participantes sobre si mesmos, uns sobre os outros e também sobre o espaço de vida compartilhado.