Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Malikoski, Adriano |
Orientador(a): |
Luchese, Terciane Ângela |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ucs.br/11338/5977
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Resumo: |
Esta pesquisa tem por objetivo analisar como processos de nacionalização, produzidos no período de 1918 a 1942, configuraram ou extinguiram as escolas étnicas de comunidades polonesas no Rio Grande do Sul, observando as reações e as ações de diferentes instituições no seu processo identitário étnico, presentes neste contexto histórico de construção impositiva de um modelo de nacionalidade. A problemática se resume em compreender como foi configurado e organizado o processo escolar dos imigrantes poloneses, a partir da reconstrução da Polônia no mapa político da Europa, diante da imposição cultural nacionalista, mais conhecida como Campanha de Nacionalização, com restrições às organizações escolares étnicas. Por meio dos pressupostos teóricos da História Cultural, de autores como Chartier (1988) e Certeau (2011) e do entendimento de etnicidade de Barth (1998), considero importante atentar para os processos escolares étnicos vividos no contexto gaúcho, após a implementação do Estado Novo em 1937 e como tais práticas foram percebidas e sentidas. Metodologicamente compreendo a construção da historiografia como uma organização sistemática de fontes, conforme os questionamentos e objetivos de pesquisa, em tempo e espaço delimitado. Dentre os diferentes documentos mobilizados para a construção desta tese, estão documentos consulares; correspondências de sociedades e organizações étnicas polonesas; artigos da imprensa étnica, além de imagens e documentos escolares de imigrantes poloneses. Defendo que a afirmação de brasilidade na Era Vargas e a constituição de uma polonidade, influenciada pelo Ministério das Relações Exteriores da Polônia, foram elementos importantes para configurar as atividades de ensino, durante o período entreguerras, resultando na extinção ou transformação das escolas étnicas nessas comunidades no Rio Grande do Sul. Foi um processo não homogêneo de ressignificação da cultura étnica e da constituição do simbólico, em sua acepção de valor e numa dimensão de produção de pertencimentos, aqui, em especial, dos imigrantes poloneses. Neste ambiente houve incremento nas relações entre a construção de polonidade e a constituição e condução dos processos escolares, incluídos numa ordem política, por meio do acompanhamento do governo da Polônia. A construção e a manutenção de práticas culturais dos imigrantes poloneses possibilitaram a formação de diversas instituições ainda anteriores à independência da Polônia, como associações, sociedades e escolas. Para os poloneses o processo escolar étnico foi um demarcador de polonidade, sinônimo de resistência frente aos processos institucionalizados da nacionalização, aliados ao sentimento de pertencimento, que contribuiu para que a cultura étnica fosse formulada e constituída de certo modo. Como resultado da campanha de nacionalização varguista, o ensino escolar étnico dos imigrantes poloneses foi cessado pela imposição moral de um ideal de brasilidade que resultou na transformação e no fechamento de escolas e em restrições de utilização da cultura étnica. |