Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Melchiors, Lúcia Camargos |
Orientador(a): |
Campos, Heleniza Ávila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212178
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Resumo: |
A pesquisa propõe uma reflexão sobre a influência de arenas participativas autônomas enquanto expressões de grupos e movimentos contra-hegemônicos que buscam influenciar o planejamento e a produção do território. Em especial nos países do Sul Global, a razão neoliberal contemporânea traz significativos impactos sobre o urbano, sendo perceptível a ampliação de mobilizações cidadãs que expressam o descontentamento com a atual conjuntura política e econômica e as condições de vida nas cidades. A crise urbana atual revela também a falência dos modelos de planejamento tradicionais, reiteradamente incapazes de responder aos problemas das cidades e aos anseios de distintos grupos da sociedade, demandando reflexões e reformulações sobre o tema. Quando os meios sancionados para a participação social não são suficientes para responder a demandas da população, ou ignoram direitos essenciais desta, os cidadãos passam a demandar novos espaços de ação. O planejamento insurgente, assim, embasa o estudo de processos de resistências e práticas criativas que grupos e movimentos têm utilizado para dar respostas a suas demandas e reivindicar direitos essenciais ‒ de pertencer à cidade, produzi-la, habitá-la e de se apropriar do espaço em que vivem. Usando uma abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, são analisadas seis experiências, três brasileiras e três internacionais, refletindo-se sobre como práticas coletivas emergentes criadas por agentes organizados em redes sociopolíticas têm contribuído para que os cidadãos influenciem a produção do território, seja a partir de ações independentes ou contrariando processos institucionais. As ações contra-hegemônicas dos grupos estudados exprimem emergências de uma atitude política, independente e autônoma, que fortalece redes colaborativas e a emancipação cidadã. Essas ações são expressões de reivindicações coletivas voltadas a acessar, de forma tangível, o direito de fazer parte da cidade e das decisões sobre seu planejamento. Os grupos e movimentos estudados, assim, fazendo uso de espaços inventados, da arte, do lúdico, do resgate da memória e de práticas criativas, ampliam a reflexão sobre os processos urbanos contemporâneos, mostram que o território está em disputa e propõem alternativas à realidade atual fortalecendo a ação coletiva e colaborativa. O estudo dessas práticas coletivas emergentes evidencia o potencial de criação de espaços em que os cidadãos se tornam participantes mais ativos no desenho da cidade, reivindicando direitos e resistindo à ordem neoliberal e à mercantilização do urbano. |