“Mancebia de galpão”: família, gênero, raça e classe em um processo de investigação de paternidade (Bagé/RS, 1894-1935)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Thais Strelow da
Orientador(a): Méndez, Natalia Pietra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255593
Resumo: Através de uma análise intensiva de um processo de investigação de paternidade, instaurado na Comarca de Bagé/RS, em 1926, esta dissertação pretende investigar como os discursos jurídicos foram construídos para legitimar ou negar o reconhecimento de paternidade em questão e, consequentemente, ter acesso a herança do suposto pai. Entre depoimentos, cartas, inventários, exames e documentos utilizados como prova, encontram-se relações familiares e amorosas, redes de sociabilidade que envolvem relações de trabalho, de amizade e de compadrio. O caminho que as narrativas tomam ultrapassam as relações sexuais e amorosas dos envolvidos, revelando o funcionamento do local onde moravam, as relações de trabalho, as relações entre vizinhos e compadres, os estabelecimentos comerciais e os espaços de sociabilidade. As conversas, fofocas e conflitos ganham caráter de prova e nos auxiliam a refletir sobre as práticas sociais e juízos de valor deste contexto. Além disso, pretende-se analisar como determinados julgamentos estavam fundamentados pela jurisprudência e como categorias de gênero, raça-etnia e classe foram manuseadas para comprovar ou contestar o reconhecimento de paternidade. Esse estudo abre possibilidades para, a partir de um processo de investigação de paternidade, examinar as complexas relações sociais no meio rural do Rio Grande do Sul entre o final do século XIX e o início do século XX, buscando compreender disputas em torno das propriedades de terras e heranças em um contexto marcado por relações hierárquicas de classe, gênero, raça-etnia.