Fugas ontológicas : com a filosofia e a enxada num devir-com entre os Mbyá-Guarani : por uma etnoecologia decolonial em resposta ao antropoceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Guaragni, Leonardo de Oliveira
Orientador(a): Coelho-de-Souza, Gabriela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/287660
Resumo: Essa dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa voltada às temáticas da Etnoecologia, da decolonialidade, sobre o Antropoceno e os envolvimentos etnográficos junto aos MbyáGuarani, grupo étnico ao qual estive próximo durante tempos. Os objetivos estão inscritos no texto na medida de uma potencialidade de resposta ao Antropoceno, tal que afirmo só poder ser possível sob corresponsabilizações. A especificidade dessa pesquisa é a de implicar as pessoaspesquisadoras no processo ecológico ao qual estamos enfrentando, portanto, insistindo no objetivo de corporeidades compartilhadas. Problematizei a pesquisa no sentido desse questionamento: quais são as potencialidades possíveis, em confluência aos Mbyá-Guarani, de procurarmos respostas ao Antropoceno? Justifico essa abordagem pela necessidade de que essa potência seja compartilhada – não aderindo aqui a uma isenção etnográfica, porém na corresponsabilização diante do que está acontecendo na ecologia num todo. Minha metodologia está implicada nessa justificativa, já que utilizo o conceito de capacitações afetivas interrelacionais enquanto possibilidade de um método que vá além dos reducionismos cientificistas. Essa lógica de um método crítico extrapola os discursos esvaziados de cosmopráticas correspondentes, no sentido de que minha pesquisa procura interlocuções que potencializem a prática coletiva, nunca refreando tal capacitação pelos distanciamentos afetivos da Ciência hegemônica com suas análises in vitro e ex situ. A hipótese que trago é a de que, com os aportes objetivos de uma metodologia corresponsável, em que as pessoas-pesquisadoras estejam presentes em práticas ecológicas contra a destruição sistemática da "natureza", pode-se efetivar uma ida além do Antropoceno. Portanto, a ideia de que a percepção toma uma potência de ação é reverberada no encontro com os Mbyá-Guarani. A Etnoecologia decolonial, aqui fortalecida por aportes de necessidade de confronto com o Antropoceno, possibilita que avancemos nessa cosmopraxis sempre urgente, apesar de agora mais que nunca. O conceito de inter-suficiência, neologismo que apresento nessa dissertação, então conclui propositivamente o que considero de maior importância.