Tornar-se avó e a transmissão transgeracional no contexto da maternidade na adolescência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Freitas, Ana Paula Corrêa de Oliveira
Orientador(a): Piccinini, Cesar Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196889
Resumo: A relação com a família de origem e, em especial, com a própria mãe tem sido apontada como um dos fatores associados à ocorrência da gravidez e maternidade na adolescência. A fim de compreender melhor as particularidades dessa situação foram realizados dois estudos. O Estudo I investigou as expectativas e sentimentos sobre o tornar-se avó no contexto da gravidez adolescente. Participaram do Estudo I dez futuras avós, com idade entre 32 e 51 anos (M=42,1; dp=8,74), cujas filhas adolescentes estavam no terceiro trimestre de gestação do primeiro filho. Foi utilizado um delineamento de estudo de caso coletivo onde os relatos das participantes foram submetidos à análise de conteúdo e agrupados considerando diversas categorias. Os resultados revelaram sentimentos de inadequação entre a idade cronológica e o tornar-se avó; sentimentos maternais em relação ao neto e preocupação em não interferir na maternidade da filha; bem como a dispensa do exercício de autoridade em relação ao neto, sendo que questões do próprio passado pareceram exercer importante influência nesta experiência. O Estudo II investigou a transmissão transgeracional avó materna-mãe adolescente considerando o conceito de lealdade familiar. Participou do estudo uma dupla mãe-filha cuja filha se encontrava no terceiro trimestre de gestação quando da primeira etapa de coleta de dados. Foi realizado um estudo de caso único, de caráter longitudinal cujas coletas de dados se deram durante o terceiro trimestre de gestação, após os três e 12 meses de vida do bebê. Os relatos das participantes foram submetidos à análise de conteúdo com base em um conjunto de categorias. Os resultados revelaram dependência mútua entre mãe e filha que pareceu interferir na maneira como ambas vivenciavam como mãe/avó e filha/mãe a chegada do bebê, o que se verificou através de fronteiras relacionais difusas e distribuição de papéis conforme gênero, permeados pela contabilidade de obrigações e méritos daquela família que antecediam a situação de gravidez e contribuíram para sua ocorrência. A partir dos dois estudos, verificou-se que no contexto da gravidez na adolescência a jovem e sua mãe sofrem com acúmulo de tarefas evolutivas, o que interfere nos respectivos processos de individuação e no realinhamento geracional. Assim, sugere-se que intervenções devam contemplar não só a adolescente gestante/mãe, mas demais atores envolvidos na situação de gravidez, particularmente a avó.