Estratégia intervencionista versus conservadora no manejo dos acessos vasculares para hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Scaffaro, Leandro Armani
Orientador(a): Caramori, Paulo Ricardo Avancini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/28339
Resumo: Introdução: A hemodiálise (HD) requer um acesso vascular funcionante para sua realização. A fístula arteriovenosa nativa (FAV) constitui-se no acesso ideal para essa prática, com menores índices de morbidade e trombose e melhor qualidade de vida. A estenose da FAV é a maior causa de trombose e perda do acesso vascular. A monitorização continuada dos acessos através de diferentes métodos pode reduzir a incidência de trombose da FAV, conforme indicado por estudos com controle histórico e não-randomizados. Objetivos: Avaliar se uma estratégia intervencionista através de ecografia com Doppler (ED), angiografia digital (AD) e angioplastia (ATP) reduz a incidência de trombose e necessidade do uso de cateter em veia central temporário (CVC) em relação ao manejo conservador em pacientes com FAV em programa de HD. Métodos: Estudo prospectivo randomizado controlado de 108 pacientes e 111 FAV em programa de HD durante 11 meses. No grupo controle, foram realizadas mensurações quinzenais de parâmetros hemodinâmicos durante sessões de HD. No grupo intervenção, além da mensuração dos parâmetros hemodinâmicos, foi realizada ED a cada três meses, seguido de AD em casos de disfunção do acesso, definida pela ocorrência de pelo menos 1 dos seguintes critérios: redução do frêmito da FAV, aumento das pressões venosas, pobre fluxo arterial ou formação de hematoma ou edema no membro superior recorrentes durante HD, e/ ou pela presença de estenose vascular maior que 50% e/ou um fluxo estimado inferior à 500ml/min na ED. Em estenoses angiográficas superiores a 50% foi realizada ATP. Os desfechos avaliados foram trombose e necessidade de implantação de CVC, bem como desfecho composto, dado pela associação dos desfechos referidos. Resultados: Foram randomizadas 58 FAV para o grupo controle e 53 FAV para o grupo intervenção. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos em relação aos dados demográficos, comorbidades e características do acesso. O tempo médio de seguimento foi de 7,5 meses. No grupo intervenção, foram realizadas 97 ED, com média de 1,83 exame por paciente. Foram indicadas 14 AD, sendo que um paciente não compareceu ao estudo. Foi evidenciada trombose da FAV em 4 casos, e estenose não-significativa em 1. Estenose significativa foi observada em 8 pacientes, sendo então realizada ATP nesses casos. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto à incidência de trombose (24,1% vs 17,0% p=ns). A estratégia intervencionista determinou redução significativa na incidência de necessidade de CVC (25,9% vs 7,5%, p=0,021), e na incidência do desfecho composto (44,8% vs 20,8%, p=0,033). Conclusões: A estratégia intervencionista no manejo das FAV promoveu uma redução significativa da necessidade de CVC e do desfecho composto de trombose e CVC.