Avaliação do perfil dos pacientes incidentes em hemodiálise crônica em 23 unidades de diálise no Brasil em um período de cinco anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Ana Paula Roque da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28415
http://dx.doi.org/10.22409/ppgcm.2020.m.05169092741
Resumo: Introdução. O Brasil tem a terceira maior população em terapia renal substitutiva no mundo. Atualmente, mais de 130 mil pacientes encontram-se em programa regular de diálise no país, sendo 92% destes em hemodiálise (HD) e o restante, em diálise peritoneal. Cerca de 40 mil novos pacientes com doença renal crônica evoluem para a falência funcional renal, com necessidade de iniciar diálise, anualmente no Brasil. Apesar disso, são escassos os estudos epidemiológicos avaliando o perfil desta população incidente no nosso país. Objetivo. O objetivo do estudo foi conhecer o perfil da população incidente em HD no Brasil. Métodos. Estudo epidemiológico retrospectivo com dados de 5.201 pacientes com doença renal crônica que entraram em programa regular de HD em 23 unidades de diálise no Brasil, distribuídas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal, entre 1º de julho de 2012 e 30 de junho de 2017. Todos os dados foram extraídos de uma base de dados eletrônica, através de planilhas, nas quais continham dados demográficos, clínicos e laboratoriais e as informações relativas ao início da diálise. Resultados. A maioria eram homens (59,5%), com idade média de 57 ± 16 anos, 43,8% se declararam de cor branca e tratamento com financiamento público para 57,7%. Cateter venoso central era acesso vascular inicial em 68,3% (sendo 54,8% de cateter duplo lúmen temporário e 13,5% de longa permanência), 46,2% não tiveram acompanhamento prévio com nefrologista e 59,0% iniciaram diálise em caráter de urgência. Quanto às sorologias, menos de 1% dos pacientes eram positivos para hepatite B e HIV, enquanto a prevalência de hepatite C foi de 2,6%. As doenças renais de base mais frequentes foram diabetes (37,1%), hipertensão (25,7%) e glomerulopatias crônicas (10,7%). Entre as comorbidades, as mais frequentes foram hipertensão (33,6%), cardiopatias (8,5%) e câncer (3,3%). O índice de massa corporal inicial foi de 24,5 ± 5,1 kg/m2 e a composição corporal por bioimpedância foi: massa magra de 50,4 ±14,6%, massa gorda de 33,57 ± 11,1%, pressão arterial sistólica préHD foi 143 ± 21 mmHg e a diastólica pré-HD foi 78 ± 12 mmHg. Os resultados laboratoriais (média ± DP ou mediana e intervalo interquartil) foram: hemoglobina 9,9 ± 2,1 g/dL, albumina sérica 35,8 ± 5,8 g/L; potássio 5,1 ± 1,0 mEq/L, bicarbonato 22,7 ± 3,6 mEq/L, cálcio total 8,5 ± 1,7 mg/dL, fósforo 4,8 ± 1,6 mg/dL e paratormônio 261 (124 – 510) pg/mL e fosfatase alcalina 96 (73 – 136) UI/L. Conclusão. Numa grande população de pacientes incidentes em HD no Brasil, o diabetes foi a causa principal da doença renal crônica. A maioria dos pacientes iniciou diálise em caráter de urgência por cateter temporário e quase a metade não tinham acompanhamento prévio com nefrologista.