A construção imagética de um fenômeno : o apagamento de um distrito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Manske, Clarissa Squizani
Orientador(a): Vieira, Cesar Bastos de Mattos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212204
Resumo: Esta pesquisa objetiva investigar, descrever e problematizar no âmbito teórico um fenômeno urbano através da percepção por imagens. O fenômeno percebido, em um campo subjetivo, trata-se do apagamento dos registros históricos imagéticos de uma área urbana da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A área em questão é o IV Distrito, região que, em seus primórdios, possuía marcantes traços industriais e hoje encontra-se em plena descaracterização. A percepção de sua ausência nos álbuns fotográficos históricos de Porto Alegre levantou questionamentos sobre sua possível relação com as atuais condições da área. Dada a falta de registros imagéticos, percebeu-se fenômeno de um certo “apagamento” no campo imagético. Por este motivo, a pesquisa assume um caráter fenomenológico, que visa investigar, descrever e problematizar teoricamente como este fenômeno acontece. O apagamento de algo dos registros históricos toca em questões acerca de memória e esquecimento, bem como seus usos e abusos. As transformações sociais que decorrem também são relacionadas com o fenômeno, através da Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord, e dos conceitos de liquidez e sociedade de consumidores, de Zygmunt Bauman. Além de tais questões, levanta-se o debate sobre o esquecimento dentro do ambiente urbano, atingindo as questões de patrimônio industrial, o qual vem passando por transformações e é comumente associado a questões de abandono e vazio. Como suporte para a construção dos resultados, analisa-se a metodologia de Georges Didi-Huberman para análise e interpretação de imagens, o qual busca adentrar nos campos mais subjetivos e sensíveis, dando voz ao observador e liberdade para que este descreva o que vê além do primeiro olhar. Como resultado, obtém-se uma construção imagética, que faz uso de imagens representativas dos indícios da ocorrência do fenômeno, aliadas à produção textual, que mescla descrição e lirismo, obtendo-se, assim, um convite a uma reflexão teórica.