O Moinho Rio-Grandense: a preservação do patrimônio agroindustrial em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Kauã Domingues de
Orientador(a): Durán Rocca, Luisa Gertrudis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235402
Resumo: Este trabalho se propôs a identificar a importância do Moinho Rio-Grandense como patrimônio agroindustrial da cidade de Porto Alegre/RS. Construído em 1916, o Moinho Rio-Grandense se manteve em atividade por quase 90 anos e foi, durante décadas, uma das maiores indústrias produtoras de farinha do Estado. Embora figure na lista do Patrimônio Histórico Municipal há mais de dez anos, sua importância enquanto patrimônio regional ainda é pouco discutida dentro dos órgãos de preservação e no meio acadêmico. Assim, a pesquisa utiliza o moinho como Estudo de Caso, fundamentando sua justificativa na necessidade de investigar e compreender os valores desta edificação enquanto patrimônio cultural da cidade de Porto Alegre. Desta forma, objetiva-se analisar a importância da agroindústria no desenvolvimento histórico e econômico do Estado durante a primeira metade do século XX, identificando o papel do moinho neste processo; também busca-se identificar o papel do Moinho Rio-Grandense no desenvolvimento urbano de Porto Alegre, assim como interpretar seus valores arquitetônicos e construtivos enquanto Patrimônio Edificado, além de propor estratégias de preservação passíveis de aplicação à realidade atual do Moinho. Apropria, enquanto método o trabalho de campo, vistoriando o local e entendendo o edifício como um documento, relacionando-o com a pesquisa bibliográfica e a análise documental de planos, projetos e fotografias presentes no acervo do Arquivo Municipal de Porto Alegre, no Centro de Memória Bunge, bem como em periódicos presentes no arquivo da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional e de mapas da cidade de Porto Alegre, do acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. Os valores apresentados baseiamse nos preceitos estabelecidos pelas Cartas de Nizhny Tagil e nos Princípios de Dublin, que versam sobre o Patrimônio Industrial. A construção do referencial teórico foi feita a partir da apropriação de conceitos de autores fundamentais na área da memória e do patrimônio, como os conceitos de monumento/patrimônio histórico de Alois Riegel e Françoise Choay, de culturas populares de García Canclini, de lugares de memória de Pierre Nora, entre outros. Com estas bases, a pesquisa justifica a importância do Moinho Rio-Grandense como referencial urbano ao associá-lo aos conceitos de fato urbano e elemento primário propostos por Aldo Rossi. No que se refere às questões arquitetônicas, busca-se entender suas características e seus valores a partir da teoria de restauro de Cesare Brandi. Conclui-se que o Moinho Rio-Grandense é um importante patrimônio cultural, não apenas para a cidade de Porto Alegre, mas também para o Estado do Rio Grande do Sul, enquanto importante para a agroindústria regional. Alerta para o atual estado de abandono do moinho, reforçando a necessidade de se pôr em práticas estratégias de preservação e valorização não apenas focadas em seus aspectos físicos, como também sociais e simbólicos.