Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Quartiero, Eliana Teresinha |
Orientador(a): |
Nardi, Henrique Caetano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/108583
|
Resumo: |
Nesta pesquisa realizamos um exercício de problematização acerca das verdades que demarcam processos de diferença/desigualdade presentes na implantação de uma formação de professoras/es nas temáticas de gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais. Tomamos o trabalho de problematização como a tarefa de levantar as questões colocadas no campo e, também, as soluções que estão sendo propostas, considerando que, tanto as perguntas quanto as respostas, são elaboradas dentro de uma rede de poder/saber que determina as respostas possíveis. Com esta abordagem buscamos contribuir com o debate sobre a necessária transformação do cotidiano escolar, que se apresenta como discriminatório e pouco permeável às diferenças. Propomos discutir como o funcionamento de verdades acerca da diferenciação do humano normatiza e conforma o fazer pedagógico e vai se apresentar como desafio quando buscamos ensinar de outras formas ou ensinar valores alinhados aos direitos humanos. Utilizamos como campo de pesquisa a implantação do curso Gênero e Diversidade na Escola, oferecido pelo Ministério da Educação (MEC) como formação continuada para professoras/es da rede pública de ensino, que tem como objetivo modificar preconceitos, condições desiguais, divulgar uma concepção de direitos humanos. Exploramos as naturalizações de verdades que, neste processo, constroem as subjetividades e identidades, através de demarcação de diferenças que servem de base para desigualdades. Buscamos compreender como se reapresentam as lógicas de verdades/preconceitos estabelecidas no campo da educação neste contexto de implantação de uma política pública direcionada a provocar mudanças na atuação docente. Entendemos que no momento em que se busca transformar uma rotina escolar entram em cena as difíceis negociações com o já estabelecido, a possibilidade de outras/novas intervenções pedagógicas serem colocadas em movimento necessita do deslocamento de posições cristalizadas. A proposta do curso, no formato de educação à distância (EAD), coloca em pauta a questão da distância, toda uma série de enunciados acerca de como pensamos as distâncias geográficas e como estas configuram subjetividades e geram classificações hierárquicas. Percebemos que a concepção de centro/periferia presente neste contexto não remete somente a uma posição geográfica, longe das capitais, mas está referida a uma série de classificações que atribuem valores diferenciados a diferentes sujeitos conforme estes se posicionam numa localização em relação a um centro. Encontramos uma série de desafios para a tarefa que esta formação se coloca, transformar o ambiente escolar instituindo relações mais igualitárias. Percebemos que este processo foi determinado por redes de poder relacionadas às formas como compreendemos os processos de escolarização, às posições atribuídas aos docentes e às diferentes legitimidades que estão colocadas para os locais de enunciação: de centro ou de periferia. A diferença está relacionada a um extensivo processo de categorização dos indivíduos e dentro deste processo não há igualdade possível, a intervenção necessária seria da ordem de contestar o modelo de categorias e burlar/transformar as normas que o definem. Portanto, nossas estratégias não podem apenas afirmar identidades subjugadas, mas também problematizar constantemente as configurações de identidades. |