Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Alberti, Camila Bellaver |
Orientador(a): |
Vargas, Júlio Celso Borello |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/289577
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Resumo: |
Os impactos da crise climática já são sentidos globalmente, mas não são distribuídos de forma equitativa entre países, regiões e grupos sociais. Como consequência, populações já vulnerabilizadas e que menos contribuíram para as emissões históricas que desencadearam a crise têm sofrido mais com eventos climáticos extremos, caracterizando a "injustiça climática". No Brasil, onde a maioria da população vive em áreas urbanas, a situação é agravada pela histórica e persistente desigualdade social, refletida nas formas de urbanização. Considerando o histórico de desastres e o aumento na incidência de eventos extremos de chuvas, é relevante investigar a espacialização da vulnerabilidade e exposição a ameaças de inundações e movimentos de massa em cidades de grande porte e metrópoles brasileiras, que concentram porção considerável da população do país, incluindo a maior parte das favelas e comunidades urbanas. A hipótese é que, nas áreas expostas, há uma proporção maior de população vulnerabilizada em comparação com o município como um todo, ratificando as evidências de distribuição desigual dos riscos climáticos. O objetivo é compreender como a distribuição da vulnerabilidade socioeconômica e territorial e a exposição a ameaças geo-hidrológicas contribuem para um quadro de injustiça climática em grandes cidades brasileiras. Para articular a problemática complexa que envolve a justiça climática, a fundamentação teórica e conceitual integra temas interdisciplinares das ciências humanas e naturais, mobilizando conceitos de Antropoceno, mudança climática, racismo e justiça ambiental. É adotada uma abordagem analítica e descritiva da espacialização e prevalência de marcadores sociais associados à vulnerabilidade socioeconômica e territorial em áreas expostas a inundações e movimentos de massa. Os procedimentos metodológicos incluem pesquisa bibliográfica com revisão da literatura sobre justiça climática, construção do objeto de estudo, estruturação de um banco de dados georreferenciados e análise com técnicas estatísticas e análise gráfica. Os resultados indicam que há maior proporção de população vulnerável em relação à média municipal nas áreas expostas a movimentos de massa e diferenças regionais nas áreas expostas a inundações. Além disso, a maior parte da população exposta é composta por pessoas negras e mulheres, corroborando a noção de injustiça na distribuição dos riscos climáticos e a necessidade de reconhecimento das populações afetadas para que os padrões atuais de urbanização sejam alterados de forma justa e equitativa. |