Vulnerabilidade socioambiental e de saúde da população dos municípios mineiros aos impactos das mudanças climáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fonseca, Ana Flávia Quintão
Orientador(a): Confalonieri, Ulisses Eugenio Cavalcanti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19455
Resumo: A vulnerabilidade às mudanças climáticas é um conceito ainda em construção, que se relaciona com a predisposição de ser afetado negativamente por seus impactos, compreendendo a exposição, a sensibilidade e a capacidade adaptativa das populações humanas. As mudanças climáticas referem-se às alterações no estado do clima, que podem ser identificadas por mudanças na média e/ou na variabilidade das suas propriedades, e que persistem durante um prolongado período de tempo, tipicamente de décadas ou séculos. Essas mudanças são atualmente projetadas por meio dos novos cenários climáticos denominados Representative Concentration Pathway (RCP), utilizados pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Os cenários RCP abordados nesse estudo são o 4.5 e o 8.5. O RCP 4.5 representa um cenário de estabilização das emissões de gases de efeitos estufa e o RCP 8.5, um cenário de aumento crítico dessas emissões. O objetivo deste trabalho é estudar a vulnerabilidade socioambiental e de saúde da população dos municípios do estado de Minas Gerais, aos impactos das mudanças climáticas, de modo a contribuir para sua utilização como instrumento de gestão estadual e municipal, visando o processo de adaptação. Ele foi desenvolvido por meio da construção do Índice de Vulnerabilidade Humana (IVH), que considera informações dos componentes ambientais, climáticos, demográficos, sociais e de saúde da população de todos os municípios de Minas Gerais. Os resultados do IHV no cenário RCP 4.5 evidenciam um grande grupo de municípios mais vulneráveis nas regiões que se encontram mais ao sul do estado. Há também aglomerados de municípios mais vulneráveis nas regiões nordeste e sudeste. Esses municípios compreendem os territórios de desenvolvimento Mata, Metropolitano, Oeste, Sudoeste e Sul. Apesar desses territórios terem sido classificados como menos vulneráveis no Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG), que exclui os cenários climáticos, as projeções das anomalias climáticas mostraram uma mudança mais intensa para estas regiões, tanto para o cenário RCP 4.5 como para o 8.5. Em relação ao IHV no cenário RCP 8.5, observa-se que a distribuição dos municípios mais vulneráveis é mais homogênea e não se observou uma tendência muito clara, com exceção de um pequeno grupo de territórios mais vulneráveis nas regiões sudeste, sudoeste e triângulo. A vulnerabilidade presente, representada pelo IVG, foi maior nos municípios da região norte e nordeste de Minas Gerais. Entretanto, o IVH, calculado para os dois cenários climáticos, evidenciou uma alta vulnerabilidade da população humana do sudoeste e sudeste do estado de Minas Gerais, com base na agregação dos aspectos sociais, ambientais e epidemiológicos aos cenários climáticos projetados. Mesmo apresentando melhores índices de sensibilidade e capacidade adaptativa, essas regiões apresentaram índices elevados de exposição, são densamente povoadas e dependem fortemente da agricultura. Assim, as anomalias climáticas têm o potencial de impactar os meios de subsistência e a economia dessas áreas.