Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Spindler, Everson dos Santos |
Orientador(a): |
Lopes, Fernando Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/200112
|
Resumo: |
O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo e mesmo que alguns grupos de grandes cervejarias dominem o mercado brasileiro, um crescimento no movimento de cervejas artesanais tem sido notado nos últimos anos que tem provocado mudanças significativas no setor. Em 2010, havia cerca de cem cervejarias registradas no Brasil. No entanto, no último ano, o número de cervejarias registradas cresceu para mais de oitocentas cervejarias no país. A maior parte dessas empresas é formada por microcervejarias, também conhecidas por produzirem cervejas artesanais. Quando as empresas são comparadas, percebe-se que há duas lógicas diferentes funcionando no mesmo campo organizacional assim como diversas práticas distintas em relação à inovação e cooperação, que incluem novos produtos, estratégias de marketing e de processos produtivos. Além disso, a inovação e a cooperação podem ser entendidas como o reflexo dos elementos formadores de cada lógica institucional, logo compreender estas lógicas pode explicar o processo de inovação e cooperação neste campo organizacional, assim como produzir embasamento para promover a gestão da inovação e estratégias de cooperação nas microcervejarias. Portanto, através das lentes da abordagem da lógica institucional, esta pesquisa propõe-se a compreender de que forma a inovação e a cooperação se configuram nas microcervejarias do Rio Grande do Sul. Este é um estudo de caso múltiplo qualitativo e exploratório, que objetiva-se por esclarecer as trasnformações no setor e desenvolver proposições para estudos futuros. O estágio de coleta de dados realizou entrevistas com as três microcervejarias que são os casos selecionados para o estudo, além de associações gaúchas do setor e empresários precursores no segmento da cerveja artesanal no Rio Grande do Sul. Foi empregada a técnica de análise de conteúdo categorial da Bardin (2011) para analisar os dados coletados. Como resultado do estudo, identificou-se duas lógicas no setor: a lógica institucional das microcervejarias e a lógica das grandes cervejarias. A lógica das microcervejarias tem como característica o foco na qualidade do produto e promoção da cultura cervejeira local. Por serem pequenas empresas, não têm uma gestão da inovação formalizada e cooperam com outras microcervejarias para desenvolver muitas das inovações implementadas no segmento. A cooperação nessas empresas ainda acontece de forma pontual e é baseada na confiança. Já a lógica das grandes cervejarias tem foco no domínio do mercado e é formado por três grandes grupos cervejeiros. Detêm mais de 95% de participação no setor cervejeiro. Possuem modelos de gestão da inovação estruturado, têm P&D formalizado. Ao perceberem a mudança do comportamento do consumidor que estão buscando mais qualidade em detrimento de preço, investiram em produtos premium e também, através da estratégia de fusão e aquisição, adquiriram diversas cervejarias artesanais para competirem dentro desse nicho. Um caminho para desenvolver o segmento de cervejas artesanais é através de estratégias de cooperação sistêmica para profissionalizar a gestão as microcervejarias. O estudo contribui para compreender os processos de inovação e cooperação no setor produtor cervejeiro gaúcho através de uma perspectiva sociológica ampliando a visão do tema que comumente é abordado por perspectivas economicistas. |