Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Guilherme Rodrigues |
Orientador(a): |
Barcellos, Marcia Dutra de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/200098
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Resumo: |
Uma tecnologia e suas diversas técnicas são importantes elementos para a construção de identidade de uma sociedade e, ainda, oferece direcionamento para novos rumos. Uma milenar tecnologia está presente na história da humanidade é a cervejeira, que tem seu aparecimento em torno de 8.000 AC, na Mesopotâmia, e está envolta com a experiência e o pensamento místico. Alimento fonte de saúde, por ser um dos ingredientes da dieta alimentar cotidiana daquelas civilizações antigas, a cerveja era, com a produção e distribuição de grãos para sua fabricação e para a panificação, a base da economia antiga, sendo, inclusive, utilizada como moeda corrente para o pagamento por trabalhos realizados. Mantidos sob grande sigilo e, por conseguinte, de domínio de uma classe de artífices muito restrita, ao longo do tempo, os materiais, os sabores, as instruções formativas de artífices e a própria finalidade da cerveja foram sendo socialmente disseminados, aprimorados e revisados. Do domínio exclusivo de alguns artesãos, a revolução industrial usurpa esse saber fazer e o transfere para as linhas de produção, dando origem, assim, à conversão do artesão em operário e à fabricação em massa de cervejas. Todavia, nos dias atuais, parece ficar nítido que o movimento de cervejarias artesanais procura não apenas recuperar a figura do artesão engolido pelos processos industriais, mas trazer uma nova abertura para se compreender a relação entre homem e técnica. É exatamente sobre esta questão que lançamos, neste texto, nossa perspectiva de compreensão do movimento da cerveja artesanal no Brasil, que tem como característica o mercado oligopolizado e centrado na predominância de um único estilo de produto. Orientado por uma reflexão sobre a técnica, presente nas ideias do filósofo Martin Heidegger, afastando-se da noção comum de instrumento e assumindo que esta é, em verdade, uma maneira de desocultamento. Ao assim proceder, a essência da técnica passa a ser vista como a verdade do relacionamento do homem com o mundo, como uma maneira de o homem apropriar-se e aproximar-se da natureza. É nesse sentido que há uma reflexão sobre o movimento cervejeiro nacional a partir do artesão cervejeiro, numa tentativa de compreensão deste enquanto, ele próprio, uma técnica. E ao mesmo tempo, procura-se esclarecer o incipiente movimento em direção à transformação da cultura cervejeira nacional e a sua desassociação da predominante visão mercantilista. |