Elastografia transitória em pacientes infectados pelo HIV com esteatose hepática identifica um grupo de alto risco para esteatohepatite não alcoólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pezzini, Marina Ferri
Orientador(a): Cheinquer, Hugo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248616
Resumo: Introdução: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos mais importantes patógenos emergentes do século XX e tornou-se um desafio de saúde pública mundial. Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) consiste em um amplo espectro histopatológico que varia de esteatose a esteatohepatite não alcoólica (EHNA), podendo desencadear cirrose e carcinoma hepatocelula. É altamente prevalente (30-50%) em pacientes HIV positivos, em comparação à população em geral, estando associada a fatores como obesidade, dislipidemia, hipertrigliceridemia, síndrome metabólica e diabetes mellitus. Objetivo: Avaliar a elastografia transitória hepática (ETH) como ferramenta para identificar um grupo de alto risco para EHNA entre pacientes infectados pelo HIV com esteatose. Foram investigados também a prevalência e fatores associados à esteatose hepática (EH) nessa população. Métodos: Trata-se de um estudo transversal no qual pacientes infectados pelo HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV) foram recrutados prospectivamente num período de 6 meses no ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram incluídos pacientes ≥18 anos e com carga viral indetectável (<50 cópias/mL). Foram excluídos indivíduos que relataram uso de álcool acima de ≥20g/dia e coinfecções com vírus da hepatite B ou C. Dados demográficos, laboratoriais, medidas antropométricas e circunferência abdominal foram coletados. Ultrassonografia de abdômen (US) foi realizada para o diagnóstico de EH. Testes não invasivos (APRI >1,0; FIB-4 >3,0 e EH ≥7,1kPa) foram utilizados como critério para fibrose hepática significativa. Biópsia hepática foi realizada, quando houve consentimento, para confirmação de esteatose, EHNA e fibrose. Resultados: Foram incluídos 98 pacientes no estudo, sendo identificada EH na US em 31 2 (31,6%) pacientes. Esteatose foi associada ao aumento nos níveis de triglicerídeos (TG), alanina aminotransferase (ALT), APRI e FIB-4, sendo independentemente associada ao sexo masculino (RP=2,2; IC 95% 1,8-4,4) e ao índice de massa corporal (IMC) elevado (RP=1,1; IC 95% 1,02-1,1). A presença de fibrose significativa avaliada por ETH, APRI e FIB-4 entre pacientes com esteatose foi de 26,9%, 6,4% and 3,2%, respectivamente. Seis pacientes com ETH ≥7,1kPa concordaram em realizar biópsia, sendo que o diagnóstico histológico foi compatível com EHNA em 5 (83.3%) e fibrose hepática sem EHNA em apenas um paciente. Nenhum dos pacientes biopsiados apresentou fibrose significativa. Conclusão: Esteatose foi freqüente na população estudada, especialmente em homens e com IMC elevado. ETH ≥7,1kPa não foi capaz de detectar fibrose significativa, porém, detectou com precisão pacientes com alto risco de EHNA entre indivíduos monoinfectados pelo HIV com esteatose.